ESTA SEMANA NO
"SOL"
"SOL"
PS em silêncio pelas vítimas
de violência doméstica
Silêncio na sala do Congresso do PS. Um a um foram lidos os 34 nomes das
mulheres vítimas de violência doméstica em Portugal desde o início do
ano. “Uma chaga social absolutamente deplorável”, afirmou António
Costa.
Uma homenagem pela voz da actriz Maria do Céu Guerra a quem o
ex-Presidente da República, Mário Soares, fez questão de cumprimentar
com um beijo na mão.
Costa pegou na violência doméstica para recentrar o discurso nas
pessoas. “É por isso que a política é necessária. A política são as
pessoas, tem a ver com a resolução do problema das pessoas”. E invocou o
Papa Francisco, na visita que fez ao Parlamento Europeu, para concluir
que “a dignidade da pessoa humana é o valor principal sob o qual tem que
se guiar a nossa acção política”.
O final do discurso de encerramento do agora consagrado
secretário-geral do PS foi marcadamente ideológico, virado à esquerda.
Costa preocupou-se em falar para as pessoas - “os problemas de Portugal e
dos portugueses não são abstracções estatísticas, são histórias de vida
concretas” -, ao mesmo tempo que enumerava as propostas que o PS fez
para o Orçamento do Estado e a maioria chumbou, nomeadamente a
manutenção da cláusula de salvaguarda do IMI. De cada vez que Costa
referia a maioria – que se fez representar por uma delegação do PSD e do
CDS - era recebida com apupos e assobios dos socialistas presentes.
Costa destacou o desemprego e a pobreza e recordou Manuel Alegre, que
ontem teve o discurso mais à esquerda do Congresso, para criticar a
direita. “O pior que a direita negou foi o corte na esperança de cada
português e a confiança no futuro em Portugal”, acusou.
A pátria também esteve presente no discurso de Costa que lembrou o 1º
de Dezembro e os Descobrimentos para mostrar que esta não é a primeira
crise que o país enfrenta e elogiar a força que o povo português “sempre
teve para enfrentar toda a adversidade”. “Os portugueses não
desistiram”, garantiu, recebendo aplausos de pé.
Depois de ter piscado o olho à esquerda no início do seu discurso e
recusado alianças à direita, Costa terminou o discurso de encerramento a
apelar à mobilização de todos, militantes e simpatizantes, para captar o
voto aos “descrentes, aos que votaram neutro, aos que estão
desiludidos”.
* Um momento de grande emoção e dignidade no Congresso do PS.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário