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Bastonária da OA alerta para perigo
de detenções para interrogatório
serem ilegais
A bastonária da Ordem dos Advogados (OA), Elina Fraga, advertiu hoje que
as detenções têm requisitos legais a cumprir e disse ver com
"preocupação" casos de pessoas detidas para interrogatório sem que isso
aconteça, o que pode ser ilegal.
"Temos visto nos últimos tempos com preocupação a permanente detenção
de pessoas para interrogatório. A detenção só pode ser feita de acordo
com aquilo que está estipulado no Código de Processo Penal (CPP) e,
portanto, havendo perigo de fuga, flagrante delito, perigo de
continuação da actividade criminosa ou havendo o perigo de alguma
intranquilidade na comunidade", alertou Elina Fraga em declarações à
Lusa.
A bastonária falou à margem da IX Convenção das Delegações da Ordem
dos Advogados e considerou que, "as detenções que estão a ser feitas, à
primeira vista, parecem não ser demasiado ponderadas" e é "preciso
perceber que qualquer detenção que não cumpra estes requisitos é uma
detenção ilegal".
Escusando-se sempre a comentar o caso concreto da detenção do
ex-primeiro ministro José Sócrates, Elina Fraga advertiu ainda que esta é
uma das duas dimensões que a estão "a atormentar enquanto bastonária da
Ordem dos Advogados" e que "merecem preocupação de toda a sociedade".
A outra é, segundo Elina Fraga, "estar-se a estimular a justiça na
praça pública, com pessoas a serem detidas sem que haja o gozo da
presunção de inocência, à frente de câmaras de televisão, com fugas de
informação que constituem violações do segredo de justiça, o que é crime
em Portugal".
Por isso, a bastonária pediu à Procuradoria-Geral da República para
estar atenta a estes casos em que são há "todo um espectáculo mediático
para deter uma pessoa, qualquer que ela seja".
"Essa pessoa é um cidadão português, beneficia da presunção
constitucional de inocência e vê irremediavelmente comprometida a sua
honra e consideração, depois da visualização por toda a sociedade
portuguesa da sua detenção", criticou.
Elina Fraga considerou que a "é preciso a PGR estar atenta a estes
fenómenos, é preciso o Conselho Superior da Magistratura estar atento a
estes fenómenos de mediatização da justiça, sobretudo quando se está a
indiciar ou a fazer investigação".
* Não somos juristas, percebemos quase nada de direito processual, mas a defesa dos direitos do cidadão é inquestionável, por isso estamos de acordo com a bastonária da Ordem.
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