29/10/2014

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HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"

Fosso na avaliação cresceu 
sobretudo nas ciências exactas

Física/Química e Biologia/Geologia sãs as disciplinas em que mais se acentuou a diferença de resultados internos e de exame.
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É em Física e Química e em Biologia e Geologia que as diferença entre a média de notas atribuídas pelos professores em avaliação contínua e a nota que os alunos conseguem nos exames mais tem aumentado nos últimos anos.
 
20 VALORES
Em 2012/2013, houve escolas onde a nota média interna de Física e Química chegou a ser superior em oito valores à nota média obtida depois em exame nacional. No caso da Biologia e Geologia, a diferença superou também em vários casos os 7,5 valores.

Tratam-se de disciplinas exactas e, por isso mesmo, é "difícil" ao dirigente da Sociedade Portuguesa de Química "explicar os oito valores". Confrontado com estes dados, João Paulo Leal começa por notar que "em Física e Química não há grande margem" e que, portanto, "em alguns casos é de admitir que haja inflação de notas". Já para diferenciais mais pequenos, diz, pode haver justificação: "Parte desta diferença pode ser explicada na avaliação em laboratório", que não é avaliada em contexto de exame.

Também o presidente da Associação de Professores de Biologia e Geologia, João Oliveira, diz que este é um cenário "frequente" nas escolas "de baixo desempenho", de "periferia e ruralizadas e onde o nível de literacia científica e de língua é baixo". Aí, diz, "a média de exame da escola é inferior à média nacional" e tende-se a valorizar mais o esforço e a evolução do aluno ao longo do ano.

Estas são também disciplinas específicas, com mais peso na média dos estudantes no acesso a licenciaturas como Medicina ou Farmácia, que contam com as notas de acesso médias altas. Porém, nota João Oliveira, "as escolas que produzem grandes disparidades entre as notas não são as que enviam alunos para medicina".

João Paulo Leal descarta a ideia de exames mal construídos. "O grau de dificuldade não tem aumentado. Os exames são diferentes, mas não são mais difíceis e são feitos com cuidado e tendo em conta os critérios das metas curriculares", garante. E lembra que "os erros dos exames praticamente desapareceram".
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A resposta, para estes os dois responsáveis, está portanto mais nas escolas. "Inflacionar notas não é indicador de qualidade e a escola não faz um bom serviço", afirma João Oliveira. Nesse sentido, João Paulo Leal diz que "a situação está a ser discutida entre o IAVE [responsável pelos exames] e as sociedades científicas". Para tentar travar a possível inflação das notas e não tendo "forma de intervir directamente junto das escolas e dos professores", estão a ser preparadas, durante o próximo ano, medidas de sensibilização junto dos docentes para alertar que o favorecimento das notas "não é benéfico para os alunos".

* Os professores menos sérios apenas executaram aquilo que aprendem com os sucessivos governos, ALDRABARAM! 
Notas inflaccionadas significa notas aldrabadas!


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