HOJE NO
"OBSERVADOR"
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O Facebook já não é “fixe”
Nos últimos anos o limiar entre a vida privada e aquilo que se
publica nas redes sociais passou a ser cada vez mais esbatido. Se para
os jovens o Facebook passou a ser o sítio onde se queixavam da
“opressão” paternal, também os pais passaram a partilhar com a
comunidade online as asneiras e os castigos dos mais jovens, por exemplo
em vídeos que se tornaram virais. E isto pode significar o fim dos adolescentes no Facebook, diz o Washington Post, concluindo que à medida que pessoas mais velhas usam as redes sociais os jovens começam a afastar-se.
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Foi o que os adolescentes fizeram em 2013. Fecharam a porta do
Facebook, com um revirar de olhos, à medida que os pais acediam à rede
social. Passado um ano, voltaram ao Facebook, mas parece que agora se
estão a despedir de vez desta rede social. Um relatório da Piper
Jaffray, um banco de investimento americano, conclui que a mais recente –
entre o outono e a primavera de 2014 – enchente de ‘pais’ no Facebook
fez com que os jovens adolescentes emigrassem para o Instagram e
Twitter. O rombo foi de tal ordem que a percentagem de jovens
utilizadores da rede de Zuckerberg passou de 72% para 45%, conclui o
estudo.
Caitlin Dewey, jornalista do Washington Post, alerta para o facto de
haver variadíssimos estudos deste género e lembra que os “caprichos dos
jovens são tão voláteis como as etiquetas da moda no Twitter” mas que
este é “minucioso” – foram inquiridos 7.200 jovens americanos de
diferentes sexos e cujos responsáveis tinham diferentes rendimentos.
Uma outra conclusão do estudo é serem os mais novos os maiores fãs e
consumidores da Apple e que desse grupo apenas 16% estará interessado no
iWatch. O relatório deixa uma previsão: em 2019 este grupo etário só
verá séries no Netflix, plataforma de streaming americana, uma vez que já começam a perder o interesse pela Pandora.
Mas há uma pergunta que fica sem resposta: porque é que os
adolescentes gostam e deixam de gostar destas redes? Os investigadores e
os dados sugerem que seja exatamente pelo número crescente de adultos
utilizadores, mas não há nada que o garanta. Nos Estados Unidos até já
aplicações – whisper e Yik Yak – onde se pode navegar de maneira anónima
que começam a suscitar interesse interesse junto dos adolescentes.
Lido o texto, há duas perguntas que vêm à cabeça: Deve o Facebook
ficar preocupado? E os pais? Em relação à primeira, para já Mark
Zuckerberg pode ficar descansado. Os jovens podem estar a sair do
Facebook, mas estão a criar contas no Instagram que ele também detém. Já
os pais, têm que se começar a habituar a deixar de ter os filhos
debaixo de olho ou então a arranjar novos mecanismos para estar a par da
sua vida online.
* O facebook é a radiografia do asco.
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