HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
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Clientes defendem que bancos do
GES actuaram de forma ilegal
para vender dívida
A associação criada em defesa dos clientes do BES e
Banque Privée considera que houve "práticas de angariação de clientes
por parte dos bancos do GES" para a venda de dívida do grupo. E quer o
reembolso dos produtos.
Imagine-se um cenário: O gestor de
conta do Banco Espírito Santo terá aconselhado o cliente a colocar os
seus investimentos em produtos do Grupo Espírito Santo no Banque Privée
Espírito Santo, na Suíça ou na sucursal em Portugal. Terá dito que o
investimento era seguro e conservador. O cliente terá aberto essa conta.
Que era, na verdade, um título de dívida. Os gestores de clientes tanto
do BES como do BPES estiveram em contacto para esse processo.
Este é um procedimento que a Associação de Defesa dos Clientes
Bancários (ABESD) diz ter sido seguido pelas instituições financeiras do
Grupo Espírito Santo para "angariar" clientes para os títulos de dívida
das suas sociedades.
A acusação consta de um comunicado enviado às redacções pela
associação, que se baseia num parece jurídico solicitado à sociedade de
advogados Macedo Vitorino & Associados, que aponta para "fortes
indícios de irregularidades e ilegalidades na actuação dos bancos do
Grupo Espírito Santo" na relação comercial
com
os membros desta associação (actualmente contam-se cerca de 100 clientes), que detêm títulos de dívida do Grupo Espírito Santo.
Entre os factores que justificam a consideração de "ilegal" e
"irregular" encontram-se a violação do perfil de risco (venda de
produtos arriscados a investidores conservadores) ou a falta de
informação sobre as características dos instrumentos vendidos.
Reembolso idêntico ao do papel comercial
O presidente da associação, Luís Vieira, diz no comunicado que vai
utilizar este parecer jurídico para, com ele, voltar a pedir ao Banco de
Portugal uma solução que lhes permita recuperar o investimento: "Iremos
solicitar que nos inclua na solução de reembolso aos clientes de papel
comercial, pois a actuação dos bancos Espírito Santo foi efectivamente
similar para a comercialização dos seus produtos financeiros".
O Banco de Portugal autorizou o Novo Banco (que herdou os activos
considerados bons do BES) a reembolsar o dinheiro investido em papel
comercial da Rioforte e outras sociedades do Grupo Espírito Santo
vendido aos clientes nos balcões do banco então liderado por Ricardo
Salgado (na foto). A solução prevista pela administração de Vítor Bento
passava pela transformação daquele investimento em depósitos. A nova
administração, sob o comando de Eduardo Stock da Cunha, está ainda a
avaliar o processo, pelo que não há decisão. Há apenas uma provisão de 856 milhões de euros para cobrir os custos com o papel comercial vendido aos balcões do BES.
A ABESD foi criada em Junho de 2014 para a defesa dos clientes das
unidades financeiras do Grupo Espírito Santo que investiram em depósitos
ou títulos de dívida das sociedades como a Rioforte ou a Espírito Santo
International.
Há clientes do antigo BES ou Banque Privée que estão a
actuar através de entendimentos colectivos, como o caso da associação,
enquanto outros optaram por seguir com processos individuais. De
qualquer forma, há várias frentes em todo o caso BES/GES, que estão a mexer nas sociedades de advogados, como avança esta quarta-feira o Negócios.
* Isto está um grande imbróglio.
O sr. Ricardo Salgado está muito caladinho à espera que se esqueçam dele para daqui a uns tempos, sabe-se lá, voltar a estender as garras e recuperar o que fingiu agora largar da mão. Se este senhor não for incriminado rapidamente, se toda a vida da família não for investigada com minúcia para aquilatar todas as vigarices, se não se lhe puser uma pulseira electrónica para não fugir, ele acabará por ser novamente o DDT.
Tome nota do dia em que escrevemos estas linhas.
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