HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
"DIÁRIO ECONÓMICO"
Schäuble quer um comissário europeu para o Orçamento com poder de veto
O ministro das Finanças alemão defende ainda a existência de um "parlamento da zona euro".
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As regras europeias já prevêem que os orçamentos dos
estados-membros sejam analisados, ao abrigo do Semestre Europeu, e alvo
de recomendações. Mas o ministro das Finanças da Alemanha considera que é
preciso dar um passo maior no sentido da integração.
Num artigo publicado hoje no Financial Times, em conjunto com Karl
Lamers, antigo porta-voz da CDU alemã para a política externa, Wolfgang
Schäuble sugere que a Comissão Europeia passe a ter "um comissário
europeu para o Orçamento, com poderes para rejeitar os orçamentos
nacionais, caso eles não correspondam às regras que acordámos em
conjunto".
Nos próximos meses a nova estrutura directiva da Europa vai entrar em
funções e os ecos de Bruxelas dão conta que o sucessor de Durão
Barroso, Jean-Claude Juncker, vai aproveitar para reformular a fundo a
composição da Comissão Europeia, compartimentando algumas pastas.
Por exemplo, o finlandês Jyrki Katainen deve manter-se como
vice-presidente para os Assuntos Económicos e Monetários, mas terá
vários comissários abaixo de si, como é o caso de Pierre Moscovici, que
deverá assumir a pasta dos Assuntos Monetários, reportando depois a
Katainen. Um eventual comissário para o Orçamento ficaria, à partida,
incluído neste compartimento.
A ideia é dividir melhor as pastas, para que sejam menos extensas e
possibilitem melhor intervenção dos comissários. Mas também não é alheio
o facto de a União Europeia contar agora com 28 países e ser necessário
arranjar cargos para todos.
No artigo de hoje, Schäuble fala sobre o alargamento da União e sobre
a necessidade de maior integração económica e política, defendendo que,
para que tal seja possível, é preciso "estabelecer núcleos de
cooperação dentro da União Europeia que permitam a formação de pequenos
grupos de estados-membro", à semelhança do que foi feito no final da
década de 90 durante o debate sobre a criação da moeda única, em que um
núcleo de economias grandes conduziu a discussão.
O ministro alemão defende a necessidade de maior integração política
na zona euro, agora que se cimentou a união monetária. "Defendemos
também um parlamento da zona euro, com eurodeputados de países da zona
euro, para reforçar a legitimidade democrática das decisões que afectam o
bloco da moeda única", afirma.
Reconhecendo que "a maioria dos estados-membro não estão actualmente
favoráveis a transferir autoridade adicional para a Europa" - e sem
referir que a Alemanha se inclui nesse lote -, Schäuble diz que é
preciso "continuar a avançar no projecto europeu usando os instrumentos
incompletos e imperfeitos que as instituições têm hoje em dia".
* Os burocratas da UE são autênticos vampiros a sugar o dinheiro do cidadão europeu, o novo presidente indigitado da comissão pondera criar mais "tachos", um comissário a mais significa a presença de mais 40 "chulaços milionários" para formar o séquito.
** Schäuble quer a Alemanha a mandar definitivamente em todo o cifrão europeu, abrindo caminho para a criação dum "Reich" económico.
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