HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
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As contas que ditaram o ‘fim’ do BES
O último relatório e contas do ‘reinado' de Salgado, alvo de polémica, foi agora conhecido.
Três dias. Foi este o tempo que o BES aguentou, tal como
até então existia, desde que foram anunciadas as contas do primeiro
semestre de 2014, com um prejuízo histórico de 3.577 milhões de euros.
O resultado foi a aplicação de medidas de resolução e uma injecção de
capital apurada de 4,9 mil milhões de euros. O detalhe dos últimos
resultados da responsabilidade da gestão de Ricardo Salgado foi ontem
conhecido no relatório e contas do primeiro semestre.
5.000 M€ - Obrigações colocadas em clientes de retalho
É este o valor nominal das obrigações a desconto emitidas pelo BES em
2014, adquiridas por clientes de retalho do banco, por valores
superiores aos de emissão. A detecção desta realidade, e porque se
tratavam de emissões de muito longo prazo, em relação às quais "foram
criadas expectativas de liquidez", obrigaram ao reconhecimento de um
prejuízo de 767 milhões de euros. O valor nominal das obrigações, de
5.000 milhões de euros, assim como os 467 milhões de euros de valor de
emissão, não tinham sido divulgados no dia 30 de Julho. A KPMG relata-os
nas suas notas às contas (ver texto principal).
4.253,4 M€ - Provisões em Junho
Deste montante, mais de dois mil milhões foram provisões para
crédito. E quase outro tanto foi para "provisões para outros activos e
contingências". Aqui estão incluídos os mais de 1,2 mil milhões de euros
por conta de emissões colocadas aos balcões do BES junto de clientes de
retalho, assim como fruto da necessidade de reflectir os três veículos
descobertos cujos activos eram essencialmente obrigações emitidas pelo
grupo.
98,8 M€ - Contigências fiscais
O relatório e contas explica, com mais detalhe que o comunicado de
resultados do final de Julho, que, entre as provisões para
contingências, estão alocados 98,8 milhões de euros de provisões para
"processos em curso relativos a matérias fiscais". Neste montante estão
24,3 milhões de euros "relacionados com a actividade seguradora, dos
quais 17,1 milhões de euros dizem respeito a exercícios já
inspeccionados e para os quais foi apresentada impugnação judicial sendo
o montante total reclamado de 19,7 milhões". O restante, ou seja 69,4
milhões, dizem respeito a "contingências do BES Angola", igualmente fiscais.
3.577 M€ - Prejuízo do primeiro semestre
Foi esta a ‘bomba' que caiu no mercado no dia 30 de Julho, uma quarta-feira, e que ditaria a intervenção no BES.
"A extensa dimensão destes números não pode ser ignorada e requer
acções decisivas para construir um futuro de longo prazo", dizia então o
BES. "Apesar de serem tempos difíceis", acrescentava-se então, "estamos
totalmente focados em empreender os passos necessários para obter a
viabilidade e rentabilidade do BES, reafirmando-o como referência no futuro".
55 M€ - BES Venetie
Foi quanto o BES pagou pela compra de 44,81% do BES Venetie, em Fevereiro de 2014. Em Março o banco compraria mais de 40% do BEST à ES Tech Ventures e à ESFG.
* Falta acrescentar os MILHÕES que o "homem acima de qualquer suspeita" meteu no bolso.
No entanto, o que interessa, é salvar o dinheiro dos clientes e manter todos os postos de trabalho, o "Alves dos Reis" do sec XXI tem de responder por isso.
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