17/09/2014

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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"

Marinho e Pinto: 
Salário de 4.800 euros 
"não permite ter padrões de vida
 muito elevados em Lisboa"

Marinho e Pinto não se compromete a cumprir a totalidade de um mandato se conseguir ser eleito nas eleições legislativas do próximo ano. Considera, em entrevista à rádio Renascença que um deputado em Portugal tem uma remuneração que não é digna. Ao contrário dos eurodeputados que têm um salário indigno.
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Marinho e Pinto considera que o actual salário de 3.515 euros brutos auferido pelos deputados portugueses "não é digno", assim como a remuneração de 18 mil euros dos eurodeputados "é indigna". Quando exercia as funções de bastonário da Ordem dos Advogados "recebia líquido 4.800 euros por mês", um valor que, defende, "não permite grandes coisas. Não permite ter padrões de vida muito elevados em Lisboa, fora de casa, quando deixa de exercer a profissão." Realçando que enquanto trabalhava como advogado "ganhava, bem mais."

Marinho e Pinto defende, em entrevista à Renascença que a remuneração dos deputados deve ser discutida, considerando que em Portugal estes responsáveis "ganham pouco". "Mas não são só os deputados. Os órgãos de soberania em Portugal são mal remunerados, a começar no Presidente da República e a acabar nos juízes. Deveria haver essa cautela. E não há porque muitos políticos encontram formas, por vezes ilícitas, de suprirem essa deficiência".

Sobre a possibilidade de ser eleito nas eleições legislativas, as quais vai concorrer através de um partido que está a constituir, Marinho e Pinto não se compromete. Questionado sobre se for eleito fica os quatro anos da legislatura, o ex-bastonário responde: "Está a pedir-me que vire profeta."

Certo será que se não conseguir ser eleito nas eleições legislativas, Marinho e Pinto mantém-se como eurodeputado. "Sempre disse isso", afirma.

Sobre as divergências com o MPT não quis adiantar pormenores, referindo divergências metodológicas. Considera que um partido dever ser nacional, o que não acontece com o MPT e, na visão de Marinho e Pinto, "nunca será".

O responsável diz-se de esquerda, mas não se compromete com a veia de esquerda ou de direita do partido que está a criar e cuja declaração de princípios está "praticamente redigida" e será "apresentada brevemente." " A geometria política tradicional está, completamente, subvertida. O que é de esquerda ou de direita não faz qualquer sentido em Portugal. Vemos na esquerda atitudes que são de direita e observamos na direita posições que são mais próximas até da esquerda. Os nossos valores são a defesa da liberdade, combater o medo. Em Portugal não há liberdade", acrescentou.

* Uma alarvidade.  
Com salário mínimo inferior a 500 € ninguém deveria ganhar 4.800 € de salário, absolutamente ninguém, quem acha que ganha pouco emigre, não fazem falta. São os salários baixos que sustentam a abastança dos outros.


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