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"JORNAL DE NEGÓCIOS"
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Economia portuguesa está a crescer
. menos do que se pensava
Devido a alterações metodológicas, o PIB português avançou mais 0,1
pontos do que a estimativa inicial do INE para o segundo trimestre
(0,9%), mas afinal cresceu menos 0,3 pontos no arranque do ano.
Devido a alterações metodológicas, o PIB português avançou mais 0,1
pontos do que a estimativa inicial do INE para o segundo trimestre
(0,9%). No entanto, a mesma revisão contabilística obriga a reavaliar o
PIB do primeiro trimestre, que afinal cresceu apenas 1% face ao mesmo
período do ano anterior. No total dos primeiros seis meses do ano, a
economia está a crescer 0,9%.
O produto interno bruto (PIB) avançou 0,9% no segundo trimestre deste
ano, mais 0,1 pontos do que a estimativa inicial do INE. Contas já
incluem revisões metodológicas introduzidas pelo Sistema Europeu de
Contas 2010.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) já tinha publicado no final
do mês passado a revisão do PIB para todo o período entre 1995 e 2011,
resultando numa revisão em alta de 2,9% para o produto interno bruto de
2011. São agora conhecidas as revisões para os anos mais recentes.
Esse "reescrever" da histórica económica portuguesa resulta numa
revisão ligeiramente em baixa do crescimento da economia em 2012 (-3,3%)
e de uma manutenção da variação de 2013 nos -1,4%.
Para 2014, as revisões não estão a ser simpaticas. Segundo os números
do INE, o PIB teve um crescimento homólogo de apenas 1% no primeiro
trimestre do ano, quando a estimativa anterior apontava para 1,3%. Já no
segundo trimestre, a revisão é em sentido contrário, dando uma "ajuda"
de 0,1 pontos à taxa de variação do PIB (de 0,8 para 0,9 pontos). No
conjunto dos primeiros seis meses do ano, a economia está a crescer 0,9%
face ao anterior, abaixo da nova meta fixada pelo Governo no Orçamento
Rectificativo: 1%.
Por trás desta desaceleração está um arrefecimento na procura
interna. Depois de um primeiro trimestre foi forte, o investimento
continua positivo, mas cresceu muito menos (4,3%). Já o consumo também
abrandou ligeiramente em comparação com o arranque do ano (1,7%).
Ao contrário daquilo que o Governo esperava para este ano, a frente
externa não está a ajudar a economia portuguesa. A procura externa
líquida (exportações menos improtações) voltou a dar um contributo
negativo para o PIB de 0,9 pontos. As vendas ao exterior continuaram a
arrefecer, enquanto as entradas de bens continuam a registar variações
positivas (embora mais moderadas).
Sistema Europeu de Contas 2010
Grande parte da revisão do PIB resulta das alterações metodológicas
introduzidas pelo Sistema Europeu de Contas (SEC) 2010. Já se sabia que
essas mudanças tinham feito do PIB de 2011 crescer 2,9%, agora sabe-se
que o PIB de 2013 é 3,4% mais alto, 171,4 mil milhões de euros
Para 2011, o INE especificou as alterações de contabilidade que
tiveram um maior impacto. De longe, a alteração com maior impacto são as
"rendas imputadas". Dos 5.040 milhões de euros, que dão uma "ajuda" de
3.083 milhões de euros para o PIB de 2011. È provavelmente o mais
difícil de explicar. Representa uma estimativa do INE para a "produção
de serviços de habitações ocupadas pelos proprietários", tendo por base a
renda que um inquilino pagaria se a casa estivesse arrendada. É uma
forma de reflectir no PIB o "valor" de ter este activo (casa própria).
Na série de 1995 e 2011, este factor representou, em média, 33% da
revisão do PIB.
Nas notícias que foram sendo escritas sobre a implementação da SEC
2010, a alteração que se pensava ter mais relevância era o registo da
despesa com Investigação e Desenvolvimento (I&D), que deixa de ser
considerada consumo intermédio e passa a constituir investimento. Deu um
contributo de 2.270 milhões de euros.
A inclusão de actividades ilegais no cálculo do PIB – talvez a
alteração mais referida pelos jornais – teve um impacto muito pequeno,
como já se esperava. Apenas 629 milhões de euros. Entre as actividades
incluídas está a prostituição e o tráfico de droga. Como não existem
números oficiais, o INE tem de recorrer a informação indirecta, que
utiliza "simplificações e convenções" acordadas a nível europeu.
O último impacto positivo passa pela inclusão da actividade de
empresas de construção de portuguesas no estrangeiro como exportações e
de empresas estrangeiras em Portugal como importações, uma alteração que
tem um saldo líquido de 469 milhões de euros em 2011.
Entre as mudanças com efeitos negativos, o INE refere a alteração do
cálculo das actividades de "entidades com fins especiais" (SPE, na sigla
em inglês), que deverá ter um impacto negativo de 670 milhões de euros,
que se faz sentir especialmente na Zona Franca da Madeira. Trata-se de
unidades normalmente da área financeira, controladas por entidades
residentes e que, embora não tenham "expressão em termo de emprego",
podem ter relações relevantes com o exterior. Enquanto o anterior SEC
era omisso, o SEC 2010 "reconhece o carácter excepcional destas
unidades", assumindo que a sua função principal é a "captação e
transferência de fundos entre entidades não residentes".
* Resumindo:
CRESCIMENTO DA ECONOMIA
2012 ......... - 3,3%
2013 ......... - 1,4%
2014 (primeiros 6 meses) ... 0,9%
São estes os números que fazem os ministros pular de contentes, aproveite e pule com eles, para o abismo!
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