24/06/2014

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 HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"

Maior fundo soberano do mundo 
aposta nos emergentes dos emergentes 

O fundo soberano da Noruega vai tomar mais risco para tentar obter maiores retornos. No plano estratégico para os próximos anos, divulgado hoje, a Noruega pretende reforçar os investimentos nos mercados fronteira, em imobiliário, aumentar a componente de acções e alargar o leque na exposição cambial. 


Desde que foi criado, em 1998, e até ao final do ano passado, o fundo soberano da Noruega, o maior do mundo, obteve um retorno anualizado de 5,7%. Após os custos de gestão e ajustando a rendibilidade à inflação os ganhos anualizados são de 3,6%.

As autoridades do país escandinavo querem aumentar o retorno. E decidiram abrir posições em novos mercados fronteira, mercados poucos desenvolvidos e pouco acessíveis aos investidores, conhecidos como uma espécie de emergentes dos emergentes ou mercados pré-emergentes. Em alguns dos índices mais conhecidos de mercados fronteira entram acções de países como a Bulgária, o Quénia, a Nigéria, o Equador, a Tunísia, o Paquistão e a Zâmbia, por exemplo.

Além de começar a ganhar exposição a estes mercados de maior risco mas com potenciais de retorno mais elevados, o fundo soberano da Noruega pretende ainda reforçar o investimento no sector imobiliário. 

O veículo de investimento quer ainda ganhar exposição a novas divisas. Já o investimento em acções deverá passar de 60% da carteira para 70% de forma a potenciar o retorno.

Para conseguir investir eficazmente nestes novos activos, o maior fundo do mundo vai aumentar o número de colaboradores, dos actuais 370 para 600. A maior parte dos novos postos de trabalho será criada fora da Noruega.

O fundo soberano da Noruega, que aplica nos mercados financeiros as receitas do país com o petróleo, tem 614,1 mil milhões de euros sob gestão. Detém investimentos em mais de oito mil empresas e tem posições em cotadas equivalentes a 1,3% do valor das bolsas mundias. 

Na Europa, o fundo detém uma posição de 2,5% nas bolsas do Velho Continente. Os ganhos do fundo pretendem assegurar o sistema de segurança social do país no longo prazo e, em simultâneo, impedir que as receitas com a exploração petrolífera provoquem um sobreaquecimento da economia.

O maior fundo do mundo tem também investimentos significativos na bolsa portuguesa e em obrigações nacionais, seja do Estado ou de bancos e empresas. No final de 2013 estava investido em 24 cotadas portuguesas. 

* Um risco muito calculado.


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