HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
Maior fundo soberano do mundo
aposta nos emergentes dos emergentes
O fundo soberano da Noruega vai tomar mais risco para tentar obter maiores retornos. No plano estratégico
para os próximos anos, divulgado hoje, a Noruega pretende reforçar os
investimentos nos mercados fronteira, em imobiliário, aumentar a
componente de acções e alargar o leque na exposição cambial.
Desde que foi criado, em 1998, e até ao final do ano passado, o fundo soberano da Noruega, o maior do mundo,
obteve um retorno anualizado de 5,7%. Após os custos de gestão e
ajustando a rendibilidade à inflação os ganhos anualizados são de 3,6%.
As autoridades do país escandinavo querem aumentar o retorno. E decidiram abrir posições em novos mercados
fronteira, mercados poucos desenvolvidos e pouco acessíveis aos
investidores, conhecidos como uma espécie de emergentes dos emergentes
ou mercados pré-emergentes. Em alguns dos índices mais conhecidos de
mercados fronteira entram acções de países como a Bulgária, o Quénia, a
Nigéria, o Equador, a Tunísia, o Paquistão e a Zâmbia, por exemplo.
Além de começar a ganhar exposição a estes mercados de maior risco mas com potenciais de retorno mais
elevados, o fundo soberano da Noruega pretende ainda reforçar o
investimento no sector imobiliário.
O veículo de investimento quer ainda
ganhar exposição a novas divisas. Já o investimento em acções deverá passar de 60% da carteira para 70% de forma a potenciar o retorno.
Para
conseguir investir eficazmente nestes novos activos, o maior fundo do
mundo vai aumentar o número de colaboradores, dos actuais 370 para 600. A
maior parte dos novos postos de trabalho será criada fora da Noruega.
O
fundo soberano da Noruega, que aplica nos mercados financeiros as
receitas do país com o petróleo, tem 614,1 mil milhões de euros sob
gestão. Detém investimentos em mais de oito mil empresas e tem posições
em cotadas equivalentes a 1,3% do valor das bolsas mundias.
Na Europa, o
fundo detém uma posição de 2,5% nas bolsas do Velho Continente. Os
ganhos do fundo pretendem assegurar o sistema de segurança
social do país no longo prazo e, em simultâneo, impedir que as receitas
com a exploração petrolífera provoquem um sobreaquecimento da economia.
O maior fundo do mundo tem também investimentos significativos na bolsa
portuguesa e em obrigações nacionais, seja do Estado ou de bancos e
empresas. No final de 2013 estava investido em 24 cotadas portuguesas.
* Um risco muito calculado.
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