HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
Só 10% dos professores portugueses
se sentem valorizados
O relatório da OCDE hoje divulgado, o TALIS 2013, revela que apesar de
94,1% dos professores portugueses do ensino básico acreditarem no seu
trabalho, apenas 10,5% se sente valorizado pela sociedade.
Quase todos os professores portugueses (94,1%) acreditam
na qualidade do seu trabalho, mas apenas 10,5% se sentem valorizados
pela sociedade. Este é uma dos resultados do mais recente relatório da
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), o
TALIS 2013 (Teaching and Learning International Survey) que inquiriu 20 professores do ensino básico de escolas diferentes, em cada um dos 30 países que fazem parte da OCDE.
O relatório hoje divulgado aponta para um sentimento geral de desvalorização profissional entre a classe docente
portuguesa estando muito acima da média da OCDE que indica que 30,9%
dos inquiridos acredita que a profissão docente é valorizada pela
sociedade.
Apesar de se sentirem desvalorizados, os professores não têm dúvidas
quanto à qualidade do trabalho que desenvolvem: 99% acredita que está a
ajudar os seus alunos a valorizar a aprendizagem (contra uma média de
80,7% da OCDE), e 97,5% acredita que está a ajudar a desenvolver o
pensamento crítico dos alunos (80,3% média da OCDE).
O TALIS 2013 indica ainda que as 40 horas de trabalho
semanais dos professores se dividem em 21 horas de aulas, 9 de
preparação de aulas e 10 de correcção de trabalhos dos alunos. Nestas
três componentes Portugal está sempre acima da média da OCDE, mas é no
tempo despendido a corrigir trabalhos que os professores portugueses
mais se afastam da média dos 30 países, que se fixa nas 5 horas semanais
para este tipo de trabalho.
Quanto à utilização do tempo de duração das aulas os professores
portugueses afirmam que 25% se perde em tarefas administrativas, como a
contabilização e registo
de presenças, e a manter a ordem dentro da sala. Sobra 75% do tempo de
aula para efectivamente leccionar, o que não representa uma realidade
muito distante dos restantes países envolvidos no estudo, uma vez que a
média 78,7% do tempo de aula dedicado ao ensino.
73% dos professores portugueses são mulheres
Maioritamente, os professores portugueses são mulheres, com uma média de 20 anos de experiência e com formação em educação. No entanto, a cadeira do director escolar continua a ser ocupada na maioria por homens, revela ainda o estudo da OCDE.
Segundo o TALIS 2013, 73,2% dos professores em Portugal são mulheres,
acima dos 68,1% de média dos mais de 30 países envolvidos no estudo.
Os docentes portugueses são em média dois anos mais velhos que os
colegas da OCDE (44,7 anos de idade média contra 42,9) e têm 19,4 anos
de experiência profissional,
mais do que os 16,2 de média do TALIS 2013. No entanto, apenas 82,1%
dos docentes portugueses completou formação em educação atirando
Portugal para abaixo da média da OCDE que regista dos 89,8%.
No que diz respeito aos directores escolares a tendência média é para
uma divisão quase igualitária entre géneros na atribuição da cadeira de
director, com 49,4% de directoras. Portugal fica dez pontos percentuais
abaixo, nos 39,4%.
A idade média dos directores escolares em Portugal ronda os 52 anos,
ligeiramente acima dos 51,5 anos médios da OCDE e com 6,6 anos de
experiência profissional. Menos do que os 8,9 registados pela média da
OCDE.
* Devia pensar-se nos educadores de infância e nos professores do ensino básico com maior respeito, são eles os pilares fundamentais para uma boa progressão académica dos alunos.
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