25/06/2014

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 HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"

Só 10% dos professores portugueses
 se sentem valorizados 

O relatório da OCDE hoje divulgado, o TALIS 2013, revela que apesar de 94,1% dos professores portugueses do ensino básico acreditarem no seu trabalho, apenas 10,5% se sente valorizado pela sociedade. 

Quase todos os professores portugueses (94,1%) acreditam na qualidade do seu trabalho, mas apenas 10,5% se sentem valorizados pela sociedade. Este é uma dos resultados do mais recente relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), o TALIS 2013 (Teaching and Learning International Survey) que inquiriu 20 professores do ensino básico de escolas diferentes, em cada um dos 30 países que fazem parte da OCDE.


O relatório hoje divulgado aponta para um sentimento geral de desvalorização profissional entre a classe docente portuguesa estando muito acima da média da OCDE que indica que 30,9% dos inquiridos acredita que a profissão docente é valorizada pela sociedade.

Apesar de se sentirem desvalorizados, os professores não têm dúvidas quanto à qualidade do trabalho que desenvolvem: 99% acredita que está a ajudar os seus alunos a valorizar a aprendizagem (contra uma média de 80,7% da OCDE), e 97,5% acredita que está a ajudar a desenvolver o pensamento crítico dos alunos (80,3% média da OCDE).

O TALIS 2013 indica ainda que as 40 horas de trabalho semanais dos professores se dividem em 21 horas de aulas, 9 de preparação de aulas e 10 de correcção de trabalhos dos alunos. Nestas três componentes Portugal está sempre acima da média da OCDE, mas é no tempo despendido a corrigir trabalhos que os professores portugueses mais se afastam da média dos 30 países, que se fixa nas 5 horas semanais para este tipo de trabalho.

Quanto à utilização do tempo de duração das aulas os professores portugueses afirmam que 25% se perde em tarefas administrativas, como a contabilização e registo de presenças, e a manter a ordem dentro da sala. Sobra 75% do tempo de aula para efectivamente leccionar, o que não representa uma realidade muito distante dos restantes países envolvidos no estudo, uma vez que a média 78,7% do tempo de aula dedicado ao ensino.

73% dos professores portugueses são mulheres
Maioritamente, os professores portugueses são mulheres, com uma média de 20 anos de experiência e com formação em educação. No entanto, a cadeira do director escolar continua a ser ocupada na maioria por homens, revela ainda o estudo da OCDE.


Segundo o TALIS 2013, 73,2% dos professores em Portugal são mulheres, acima dos 68,1% de média dos mais de 30 países envolvidos no estudo.

Os docentes portugueses são em média dois anos mais velhos que os colegas da OCDE (44,7 anos de idade média contra 42,9) e têm 19,4 anos de experiência profissional, mais do que os 16,2 de média do TALIS 2013. No entanto, apenas 82,1% dos docentes portugueses completou formação em educação atirando Portugal para abaixo da média da OCDE que regista dos 89,8%.

No que diz respeito aos directores escolares a tendência média é para uma divisão quase igualitária entre géneros na atribuição da cadeira de director, com 49,4% de directoras. Portugal fica dez pontos percentuais abaixo, nos 39,4%.

A idade média dos directores escolares em Portugal ronda os 52 anos, ligeiramente acima dos 51,5 anos médios da OCDE e com 6,6 anos de experiência profissional. Menos do que os 8,9 registados pela média da OCDE.

* Devia pensar-se nos educadores de infância e nos professores do ensino básico com maior respeito, são eles os pilares fundamentais para uma boa progressão académica dos alunos.



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