HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Governo propõe medidas para limitar a influência das convenções colectivas
O Governo enviou aos parceiros sociais as
propostas que vai debater na terça-feira em concertação social, que têm
como objectivo reduzir a influência dos contratos colectivos de
trabalho.
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Estas medidas foram negociadas com a troika e apresentadas em linhas gerais pelo ministro do Emprego, Pedro Mota Soares, na última reunião de concertação social.
Em causa estão propostas que limitam no tempo e no conteúdo os
efeitos das convenções colectivas, enfraquecendo os efeitos dos acordos
negociados entre empregadores e sindicatos, nomeadamente a nível de
salários.
As propostas prevêem que as cláusulas de contratos colectivos que
prevejam acréscimos pelo pagamento de horas extraordinárias superiores
ao que estabelece a lei geral fiquem suspensas até ao final do ano. As
cláusulas com valores relativos à retribuição do trabalho normal
prestado num feriado ou o descanso compensatório que a este corresponde
também ficam congeladas.
Por outro lado, o Governo cria a possibilidade de suspender as
convenções ou parte delas em situações de crise empresarial, por motivos
de mercado, estruturais ou tecnológicos, catástrofes ou “outras
ocorrências que tenham afectado gravemente a actividade normal da
empresa”. Inicialmente, o ministro Mota Soares indicou que esta
suspensão poderia ser feita por acordo individual,
mas a proposta prevê que seja feita “por acordo escrito entre o
empregador e a comissão intersindical ou as comissões sindicais da
empresa, sem prejuízo da possibilidade de delegação”.
Além disso, o Governo encurta significativamente os prazos para a
caducidade das contratações colectivas. Actualmente, está previsto que a
convenção que faz depender a sua vigência da substituição por um novo
acordo caduque decorridos cinco anos a contar de um de três factos: a) a
última publicação integral da convenção b) a denúncia da convenção ou
c) a apresentação de uma proposta de revisão da convenção que inclua
essa cláusula. Agora, o Governo quer encurtar o prazo para dois anos.
Ao mesmo tempo, quando houver denúncia, a convenção passará a
manter-se durante seis meses, em vez dos anteriores dezoito. Além disso,
quando a convenção caducar, só se mantêm os efeitos relativos à
retribuição base e diuturnidades, e não a toda a retribuição.
* O governo português é o grupelho mais neoliberal da UE. Nos melhores países da união os empresários já perceberam há muito que poucos direitos e salários baixos geram menor produção.
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