HOJE NO
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Fisco quer fiscalizar consumos
através das facturas com NIF
O montante de faturas declaradas pelas entidades que as emitem é muito superior àquele das faturas identificadas com número fiscal, razão porque o conselheiro explica que o que está em causa não é a obtenção de receita fiscal
A administração fiscal incentiva números de contribuinte nas faturas
para aceder aos perfis de consumo e fiscalizar as despesas face ao
rendimento declarado, denunciou hoje o conselheiro científico da
Associação Sindical dos Profissionais da Inspeção Tributaria e
Aduaneira, Vasco Guimarães.
O APRESENTADOR DO SORTEIO |
“O que a Autoridade Tributária pretende é mais um instrumento de
fiscalização do consumo face ao rendimento declarado”, afirmou o
conselheiro no seminário "A economia não registada e a criminalidade
organizada" promovido hoje, em Lisboa, pelo SMMP - Sindicato dos
Magistrados do Ministério Público.
À margem do encontro, Vasco Guimarães lembrou que ter consumos (cujas
faturas são registadas no portal das Finanças) mais elevados que os
rendimentos declarados constitui indício de fraude e pode merecer a
abertura de uma investigação pelo Fisco: ”Se o meu consumo excede o meu
rendimento, tenho um problema técnico em termos tributários”.
O montante de faturas declaradas pelas entidades que as emitem é
muito superior àquele das faturas identificadas com número fiscal, razão
porque o conselheiro explica que o que está em causa não é a obtenção
de receita fiscal, pois se declarou já pagou o imposto.
“Há dois objetivos que o Fisco tem: um educacional, de as pessoas
criarem o hábito de se identificarem no ato de consumo, e um de gestão
do sistema, de a Autoridade Tributária passar a ter acesso ao perfil de
consumo do contribuinte”, defendeu.
O diretor do Observatório de Economia e Gestão de Fraude, Carlos
Pimenta, considerou “ter pouco efeito” a fatura da sorte, que habilita a
um prémio do fisco os contribuintes que inscrevem o número fiscal nas
faturas, e defendeu: “Mau é quando o reforço da cidadania se faz por
sorteios.”.
Já o presidente do Tribunal de Contas, Oliveira Martins, considerou
“fundamental” o papel do contribuinte para prevenir a corrupção: “Se não
tivermos a denúncia dos cidadãos, não chegaremos às provas necessárias
para contrariar esses fenómenos. Sem a contribuição ativa dos
contribuintes não haverá melhorias”.
Oliveira Martins lembrou que a economia não registada aumentou nos
últimos anos seis pontos percentuais, para cerca de 26%, o que
considerou “preocupante”.
* A caça fiscal é o verdadeiro objectivo dos sorteios fiscais, para apanhar a ex-classe média agora pobre. Mas, inquietem-se os esbirros da Autoridade Tributária, os que cometem as grande fraudes não pedem factura e passeiam-se em carros superiores aos do sorteio.
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