07/03/2014

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HOJE NO 
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Fisco quer fiscalizar consumos
 através das facturas com NIF 

O montante de faturas declaradas pelas entidades que as emitem é muito superior àquele das faturas identificadas com número fiscal, razão porque o conselheiro explica que o que está em causa não é a obtenção de receita fiscal

A administração fiscal incentiva números de contribuinte nas faturas para aceder aos perfis de consumo e fiscalizar as despesas face ao rendimento declarado, denunciou hoje o conselheiro científico da Associação Sindical dos Profissionais da Inspeção Tributaria e Aduaneira, Vasco Guimarães.

O APRESENTADOR DO SORTEIO

“O que a Autoridade Tributária pretende é mais um instrumento de fiscalização do consumo face ao rendimento declarado”, afirmou o conselheiro no seminário "A economia não registada e a criminalidade organizada" promovido hoje, em Lisboa, pelo SMMP - Sindicato dos Magistrados do Ministério Público.

À margem do encontro, Vasco Guimarães lembrou que ter consumos (cujas faturas são registadas no portal das Finanças) mais elevados que os rendimentos declarados constitui indício de fraude e pode merecer a abertura de uma investigação pelo Fisco: ”Se o meu consumo excede o meu rendimento, tenho um problema técnico em termos tributários”.

O montante de faturas declaradas pelas entidades que as emitem é muito superior àquele das faturas identificadas com número fiscal, razão porque o conselheiro explica que o que está em causa não é a obtenção de receita fiscal, pois se declarou já pagou o imposto.

“Há dois objetivos que o Fisco tem: um educacional, de as pessoas criarem o hábito de se identificarem no ato de consumo, e um de gestão do sistema, de a Autoridade Tributária passar a ter acesso ao perfil de consumo do contribuinte”, defendeu.

O diretor do Observatório de Economia e Gestão de Fraude, Carlos Pimenta, considerou “ter pouco efeito” a fatura da sorte, que habilita a um prémio do fisco os contribuintes que inscrevem o número fiscal nas faturas, e defendeu: “Mau é quando o reforço da cidadania se faz por sorteios.”.

Já o presidente do Tribunal de Contas, Oliveira Martins, considerou “fundamental” o papel do contribuinte para prevenir a corrupção: “Se não tivermos a denúncia dos cidadãos, não chegaremos às provas necessárias para contrariar esses fenómenos. Sem a contribuição ativa dos contribuintes não haverá melhorias”.

Oliveira Martins lembrou que a economia não registada aumentou nos últimos anos seis pontos percentuais, para cerca de 26%, o que considerou “preocupante”. 

* A caça fiscal é o verdadeiro  objectivo dos sorteios fiscais, para apanhar a ex-classe média agora pobre. Mas, inquietem-se os esbirros da Autoridade Tributária,  os que cometem as grande fraudes não pedem factura e passeiam-se em carros superiores aos do sorteio.


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