18/02/2014

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HOJE NO
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Médicos lesam o Estado em quatro milhões, com prescrições falsas

Em causa está um esquema montado pelo chefe regional de vendas da Medibial (grupo Bial). O julgamento da Operação “Remédio Santo” começa amanhã, avança o “Correio da Manhã”

Começa amanhã o julgamento Operação “Remédio Santo”, no tribunal de Monsanto, envolvendo seis médicos, sete delegados de informação médica da Medibial, dois farmacêuticos, um comerciante de pão, e uma esteticista. 


O caso mais gritante envolve o cardiologista Luiz Basile, que terá lesado o Serviço Nacional de Saúde (SNS) em quatro milhões de euros. Só ele prescreveu 1,7 milhões de euros em receitas em dois anos. Em troca, recebia 17,5% do preço de venda ao público dos remédios, através de envelopes com 15 mil euros.
O líder do esquema era o chefe regional de vendas da Medibial, que acabou por ser detido juntamente com o médico, num café de Matosinhos, quando lhe ia fazer um dos pagamentos. 

O esquema era fácil: Basile e outros seis médicos passavam receitas falsas e os delegados de informação médica as aviavam em diversas farmácias, pagando apenas a parte que cabia ao utente. A seguir o SNS pagava à farmácia o valor da comparticipação (entre os 65% e os 95%). Os delegados aproveitavam estes mesmos medicamentos para voltar a inseri-los no mercado nacional e internacional (Alemanha, Angola, Espanha e Irlanda).  Por fim , os lucros eram distribuídos pelos membros da associação criminosa.
Ao todo, são 17 os arguidos. E estes confessaram tudo durante os interrogatórios. 

João Cordeiro, na altura presidente da Associação das Farmácias (ANF), foi quem denunciou esta fraude, em Fevereiro de 2011. Cordeiro entregou ao Ministério Público um bloco de receitas falsificadas, que lhe foram entregues pelas farmácias. Começava, assim, a operação “Remédio Santo”. 

* Temos de agradecer ao dr. João Cordeiro esta denúncia, a ganância mancha qualquer que seja a actividade profissional.



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