HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
Secretário de Estado
emitiu despacho “ilegal”
O Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa decidiu rejeitar a
providência cautelar apresentada pelo Ministério Público para suspender a
venda das obras de Joan Miró num leilão marcado para hoje em Londres,
porque quem adquiriu as 85 pinturas, desenhos e colagens foram "duas
sociedades anónimas de capitais exclusivamente públicos, concretamente, a
Parvalorem, S.A. e a Parups e não o Estado".
No despacho citado
pela Lusa, o juiz escreve ainda: conclui-se que "a decisão de alienação
das 85 obras de Miró ora em apreço, não foi tomada pelo Estado, mas sim
pelo conselho de administração da Parvalorem".
Acrescenta que a
Parvalorem e uma "empresa pública, cujo único accionista é o Estado,
através da Direcção Geral do Tesouro e Finanças, ou seja, não estamos
perante uma decisão administrativa, mas sim um acto de gestão de uma
sociedade anónima alheio ao uso de qualquer poder de autoridade, pelo
que não pode tal acto ser imputado à 1.ª entidade requerida, o
Ministério das Finanças, enquanto entidade pública administrativa".
Por
isso mesmo, o tribunal não pode "emitir qualquer ordem dirigida a
qualquer membro do Governo, relativa à forma de exercício dos seus
poderes da sua função accionista", conclui-se ainda no despacho.
Apesar
de indeferir o pedido que foi remetido pelo PS à Procuradoria-Geral da
República, o Tribunal conclui que o despacho do secretário de Estado da
Cultura, Jorge Barreto Xavier, do final de Janeiro "que declara extintos
os procedimentos administrativos de autorização de expedição das obras é
manifestamente ilegal".
Essa ilegalidade é sustentada com o
argumento de que o secretário de Estado permitiu "a concretização da
venda das obras, na data anunciada, não obstante a ilicitude da sua
expedição, nos termos anteriormente explicitados, ilicitude esta que é
reconhecida por este membro do Governo, na medida em que ordena que se
proceda em conformidade com uma situação de ilicitude, apontando para a
sua censura enquanto contra-ordenação".
As 85 obras de arte do
pintor espanhol Joan Miró que se encontram na posse do Estado português
desde a nacionalização do Banco Português de Negócios (BPN), anterior
proprietário da colecção, têm leilão marcado para hoje e quarta-feira em
Londres, pela Christie's.
O pedido do PS à PGR contra a venda das obras de Joan Miró, avaliadas
em 35 milhões de euros, era fundamentado com a falta de classificação
das obras.
* Um caso onde a justiça é cega e não pondera que empresas de capitais exclusivamente públicos são Estado, que Estado é o povo que meteu mais de 500 milhões no BPN e foi vendido por 40 e as obras de Miró não devem ser vendidas por serem património artístico de muito maior valor que os 35 milhões anunciados, porque é património para o futuro.
As ilegalidades do governo são triviais.
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