HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Tem a certeza que os seus dados
pessoais estão em segurança?
Comissão Nacional de Protecção de Dados alerta
para as fragilidades da informação na net e para os perigos de devassa
da vida privada.
.
Telemóveis invadidos por
programas maliciosos que têm acesso a tudo o que lá está ou que com eles
é feito; dados transmitidos pela internet que são apanhados na rede; um
mero documento PDF que instala um programa no seu computador que
permitirá a terceiros aceder a tudo o que lá tem guardado. Estes foram
alguns dos exemplos ontem retratados numa conferência organizada pela
Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) sobre os riscos e
vulnerabilidades das informações sobre os cidadãos que andam espalhados
pela internet.
"Os dados pessoais dos cidadãos
estão hoje sujeitos a uma exposição e a uma permanente devassa que faz
temer pela protecção mínima de privacidade que a Constituição da
República quer assegurar", afirmou Filipa Calvão, presidente da CNPD
"Não temos consciência disso no nosso dia-a-dia", mas, a somar a todas as comunicações
electrónicas que fazemos regularmente, entidades como a Autoridade
Tributária e Aduaneira, o Instituto da Segurança Social, os bancos e
operadoras de telemóveis, as empresas responsáveis pelas redes sociais e
por motores de busca "têm tanta informação sobre nós, que é caso para
dizer que nos conhecem, porventura, melhor do que nós próprios",
sublinhou também a responsável.
"Cuidado com os smartphones"
Os acessos à internet através de redes públicas e o uso dos chamados "smartphones", android
ou iPhones, por exemplo, são meios privilegiados de exposição pública
de informações privadas. Como? Imagine que o seu telemóvel, que
transporta para todo o lado, se transforma num espião ao serviço de mãos
desconhecidas. Isso é possível e relativamente fácil, explicou, na
mesma conferência, um conjunto de investigadores do Centro de
Cibersegurança e Privacidade da Universidade do Porto, liderados por
Luís Filipe Antunes.
Os investigadores, exemplificaram como: basta um
link com um pacote malicioso, enviado para o telemóvel, que se instala
automaticamente, e quem está do outro lado passa a poder, por exemplo,
enviar SMS, realizar e monitorizar chamadas, tirar fotografias do
ambiente em que está o telemóvel, ou capturar som, tudo sem que o
proprietário do telemóvel se aperceba do que está a acontecer.
Os
meios de devassa "são inúmeros" e "relativamente fáceis e baratos",
explicou Luís Antunes. A sua equipa revelou ainda outros casos, como os
de obtenção de informações quando alguém usa uma rede pública para
aceder à internet ou, até nos computadores caseiros, a possibilidade de,
através do simples envio de um documento em PDF com um "código
malicioso" instalar um programa que permite entrar na máquina.
Como
evitar? Com muito cuidado e bom senso e mantendo sempre actualizadas as
novas versões dos programas, explicaram os investigadores. E, mesmo
isso, será sempre pouco. Porque segurança total, pura e simplesmente,
não existe, conclui Luís Antunes.
* Estamos fecundidos.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário