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Autarca de Viana diz que Bruxelas desconhece subconcessão dos Estaleiros
O autarca da cidade minhota disse ter manifestado perante os responsáveis europeus incompreensão com o atual regime de ajudas de Estado
O presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo afirmou hoje que
Bruxelas não foi informada pelo Ministério da Defesa sobre a
subconcessão dos Estaleiros Navais, considerando que a tutela está a
conduzir uma operação "clandestina" e "inconsciente".
As posições de José Maria Costa foram assumidas em declarações aos
jornalistas, em Bruxelas, após uma reunião com responsáveis da
direção-geral da Concorrência Europeia, sob a tutela do comissário
Joaquín Almunia.
O autarca afirmou ainda que a Martifer, empresa que ganhou a
subconcessão, pode vir a arcar com as responsabilidades caso a Comissão
Europeia decida sancionar Portugal e obrigar à devolução dos cerca de
180 milhões de euros injetados nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo
(ENVC).
"O que eu obtive da parte da Comissão foi a informação de que o
Governo português não respondeu a Bruxelas relativamente ao processo que
está a acontecer, ou seja, Bruxelas desconhece este processo de
subconcessão", referiu José Maria Costa, que acrescentou que o processo
de averiguação às ajudas públicas, aberto a 03 de abril de 2013,
continua sem data prevista para ser concluído.
O presidente da Câmara Municipal de Viana considerou "uma
inconsciência e uma incompetência" a forma como o processo tem sido
conduzido pelo Ministério da Defesa.
"Aquilo que deduzi da conversa que tive é que Portugal não defendeu o
seu bom nome, o senhor ministro não justificou o que está a fazer,
portanto, o que se está a passar em Portugal é uma coisa clandestina, ou
seja, temos neste momento uma subconcessão que é clandestina e que
provavelmente, se houver uma averiguação de Bruxelas, há a possibilidade
de o próprio concessionário estar ligado às ajudas de Estado",
assinalou.
O autarca da cidade minhota disse ter manifestado perante os
responsáveis europeus incompreensão com o atual regime de ajudas de
Estado: "Não entendemos como é que a indústria da construção naval é
penalizada pela Comissão Europeia relativamente às ajudas de Estado e
indústrias como a automóvel, da energia, ou mesmo os bancos, quando os
Estados lhes dão milhões de euros, não são também objeto de ajudas de
Estado".
"É muito triste chegar aqui a Bruxelas e ver que as pessoas sabem
pelos jornais o que se está a passar em Viana do Castelo", concluiu.
* Triste é perceber que a verdade é difícil de dizer em Portugal.
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