HOJE NO
"O PRIMEIRO DE JANEIRO"
Estudo
“Uma década de sorriso em Portugal”
revelado no Porto
Portugueses sorriem muito pouco
Os portugueses sorriem muito pouco, segundo um estudo revelado hoje no Porto que aponta para uma "drástica e preocupante diminuição na frequência e intensidade do sorriso", a maior desde o início do estudo em 2003, "o que é muitíssimo preocupante em termos de saúde dos portugueses”.
O estudo “Uma década de sorriso em Portugal” analisou desde 2003 e até ao final de 2013 qause 400 mil fotografias publicadas na imprensa e concluiu que “os portugueses sorriem muito, muito pouco e tal comportamento acentuou-se assustadoramente nos últimos dois anos”, segundo o autor, Freitas Magalhães, diretor do Laboratório de Expressão Facial da Emoção da Faculdade de Ciências da Saúde, da Universidade Fernando Pessoa.
“Os resultados da análise ao sorriso dos portugueses durante o segundo semestre de 2013, revelam uma expressiva diminuição na frequência e intensidade, a maior desde o início do estudo em 2003, o que é muitíssimo preocupante em termos de saúde dos portugueses”, indicou.
O autor do estudo apresentado hoje no Porto como “pioneiro em Portugal” ressalvou que “não se pode dizer que os portugueses perderam o sorriso, porque tal não se perde”.
Porém, continuou, “há uma drástica e preocupante diminuição na frequência e intensidade do sorriso, que é um dos principais organizadores do psiquismo humano”.
De acordo com os resultados deste trabalho, as mulheres continuarem a sorrir mais do que os homens, apesar do “registo descendente acentuadíssimo” em relação a 2012, independentemente da idade.
Já os homens apresentaram mais o sorriso fechado a partir dos 60 anos e as crianças são as que continuam a apresentar mais e frequentemente o sorriso largo.
Os resultados finais deste estudo apontam para “uma diminuição significativa na exibição de qualquer tipo de sorriso e o aumento da expressão neutra em mulheres e homens”.
“No universo das fotografias analisadas, verificou-se, também, que a expressão facial de emoções negativas é mais frequente e intensa do que a de emoções positivas”, adianta o autor, salientando que “este padrão se acentuou expressivamente durante o segundo semestre de 2013”.
Freitas Magalhães indicou ainda que “ao longo dos 10 anos de estudo ficou comprovado que um dos moderadores da frequência e intensidade da exibição do sorriso é o contexto social, o que se verificou no caso português, pois a situação económico-social potenciou a inibição da expressão, sendo que o género e a idade são os outros dois moderadores”.
Segundo o autor, “o sorriso é uma reação neuropsicofisiológica que se desenvolve em situações que envolvam o bem-estar e a felicidade e quando tal não se verifica, por motivos externos, o sorriso é inibido e recalcado”.
O autor alertou ainda para as consequências na saúde desta realidade, sublinhando que a inibição do sorriso “potencia sentimentos, emoções e condutas negativas levando a um quadro psicopatológico preocupante”.
A análise de todos os dados recolhidos ao longo de uma década será apresentada no livro “Portugal Emocional - Uma Década de Sorriso em Portugal”.
O Laboratório de Expressão Facial da Emoção iniciou hoje um novo estudo intitulado “A Neuropsicofisiologia da Felicidade - Estudo Longitudinal com Portugueses”, o qual irá prolongar-se também por uma década.
* Sorrir como e de quê?
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