24/01/2014

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HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"

Como os emergentes afundaram
 as bolsas mundiais

Sessão negra para as acções mundiais. Fragilidades dos mercados emergentes motivam fuga dos investidores.

Um ‘cocktail' explosivo impôs hoje fortes quedas nos mercados accionistas mundiais. Às dúvidas sobre o que fará a Reserva Federal (Fed) na reunião da próxima semana e aos sinais de desaceleração da economia chinesa, somou-se uma convulsão cambial nos mercados emergentes. 


O resultado foi o pior desempenho semanal desde 2012 nos principais índices accionistas norte-americanos e a depreciação para mínimos de Abril de 2009 de um cabaz que reúne 20 divisas de economias emergentes. E tudo aconteceu com muito nervosismo - a volatilidade medida pelo índice do ‘medo' em Nova Iorque (VIX) disparou quase 30% e o volume de negociação no S&P 500 foi superior em 52% à média das últimas 30 sessões.

Cerca de 940 mil milhões de dólares foram retirados dos mercados accionistas emergentes desde Maio do ano passado, altura em que o Fed sinalizou que o início do fim dos estímulos estaria para breve. A diminuição desses fluxos monetários afectou a confiança dos investidores nas economias emergentes por poder destapar o véu sobre alguns desequilíbrios estruturais que persistem nesses países. E essa desconfiança evoluiu nos últimos dias para um estado de aversão, sobretudo no mercado cambial: o peso argentino afundou 16%, a lira turca atingiu um mínimo histórico e o rand sul-africano sofreu a maior depreciação desde 2008 face ao dólar norte-americano.

Esse nervosismo congelou rapidamente o apetite dos investidores por acções, um activo que comporta sempre algum risco. No reverso da medalha da pressão vendedora, o iene e o franco suíço foram dois dos refúgios preferidos dos investidores. O movimento de fuga para a qualidade beneficiou ainda a onça de ouro, um abrigo tradicional nas tempestades financeiras que viveu a melhor semana em 16 meses. Toda esta agitação aconteceu à entrada de uma semana em que haverá reunião do Fed sobre definição de política monetária. O último encontro com Ben Bernanke à mesa está agendado para terça e quarta-feira.

* As guerras dos cifrões.

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