ESTA SEMANA NO
"SOL"
Linha Saúde 24 pode perder mais
de 300 dos seus 400 enfermeiros
Trabalhadores da Linha Saúde 24 alertaram hoje para o risco deste serviço
perder qualidade, já que, dizem, mais de 300 dos 400 enfermeiros
poderão ser forçados a abandonar a empresa, sendo substituídos por
pessoas sem experiência.
"Mais de 300 dos 400 enfermeiros que
trabalham na Linha Saúde 24", muitos deles há mais de dez anos e a
recibos verdes, poderão abandonar a empresa em breve, uma vez que a
administração quer baixar os salários para menos de cinco euros à hora,
disse à Lusa Tiago Pinheiro, da Comissão Informal de Comunicadores da
Linha Saúde 24.
Segundo Tiago Pinheiro, a administração já começou
o processo de recrutamento e integração de novos colaboradores, que não
terão qualquer experiência na área de triagem de sintomas para poder
substituir os actuais enfermeiros, que não aceitem os novos ordenados.
"Não
queremos ser castigados e forçados a ficar mediante valores que não
respeitam minimamente o nosso trabalho e o nosso empenho", disse aquele
elemento da Comissão Informal de Comunicadores da Linha Saúde 24.
Tiago
Pinheiro frisou que sempre houve contratações de novos enfermeiros, mas
em pequenos grupos de dez ou 15 pessoas, enquanto agora se trata da
substituição da grande maioria dos enfermeiros.
Além disso,
explicou, um enfermeiro precisa em média de seis meses de formação para
ficar autónomo para fazer o atendimento telefónico de qualidade.
"O atendimento pode garantir-se em termos de atendimento de chamadas, mas a qualidade estará seriamente comprometida", alertou.
Os enfermeiros acusam a empresa de pretender substituir todos os que não querem ver os seus salários baixar.
A
guerra entre os trabalhadores da Linha Saúde 24 e a nova administração
da empresa, começou no início do mês, precisamente com a decisão de
baixar os salários.
Segundo os trabalhadores, a administração
propõe uma descida do salário, que iria rondar os cinco euros líquidos
por hora, o que representa um corte de cerca de 20% no salário. A este
valor, dizem, a administração pretende ainda avançar com um corte de 50%
na remuneração das horas diurnas especiais e nocturnas.
"A LCS --
Linha de Cuidados de Saúde, concessionária da Linha Saúde 24 em
processo de fusão com um consórcio Optimus e Teleperformance, decidiu
unilateralmente impor aos comunicadores uma redução salarial, agindo de
forma coerciva", contesta a Comissão Informal de Comunicadores Linha
Saúde24 em comunicado enviado para a agência Lusa.
Os
trabalhadores tinham entregado à Administração da LCS -- Linha de
Cuidados de Saúde um documento reivindicativo para negociar os salários,
no entanto, "a empresa mantém-se irredutível em não querer negociar,
subindo de tom as ameaças e punições aos trabalhadores", afirmam em
comunicado.
Os funcionários da Saúde 24 acusam ainda a empresa de ter "vindo a aumentar a coação individual".
A
comissão acrescenta ainda que a administração se aproveitou do seu
vinculo laboral -- "de falso trabalhador independente" - para "penalizar
todos os enfermeiros que não puderam comparecer no seu local de
trabalho por motivos de doença/familiares nos dias de Natal, com uma
acentuada suspensão de turnos no mês de Janeiro".
Os trabalhadores
da Saúde 24 dizem que vão continuar a lutar, tendo já apelado à
intervenção da Direcção Geral de Saúde (DGS), Ministério da Saúde,
Comissão Parlamentar da Saúde e Grupos Parlamentares.
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