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"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Ordem dos Médicos cria centro
para avaliar recusa de remédios
. inovadores pelos IPO
A Ordem dos Médicos criou um centro
para avaliar as recusas de medicamentos inovadores por parte dos
Institutos Portugueses de Oncologia, alertando que estes organismos se
têm negado a comprar fármacos "sem qualquer fundamentação científica".
A Ordem compromete-se ainda a
extrair "as conclusões jurídicas, judiciais e disciplinares" de cada
caso, segundo uma nota enviada à agência Lusa.
"O Conselho Nacional Executivo da Ordem dos Médicos (OM) decidiu criar o
seu próprio Centro de Autorizações Excecionais de Medicamentos, que
funcionará na sede nacional da OM, em Lisboa, para avaliar, em cada dia,
o fundamento das recusas que os Institutos Portugueses de Oncologia
(IPO) vierem a fazer da compra de alguns medicamentos inovadores
solicitados pelos clínicos que acompanhem os doentes", refere o
comunicado.
Essas recusas vão ser analisadas pelos colégios de especialidade da
Ordem e serão denunciados publicamente os casos em que houver
"procedimentos indevidos" por parte da Autoridade do Medicamento
(Infarmed) ou dos Centros Especializados de Utilização Excecional de
Medicamentos, que funcionam nos três IPO do país.
Estas denúncias, promete a Ordem, serão feitas respeitando a identidade dos doentes e médicos envolvidos nos casos.
A Ordem diz que tem recebido "várias participações de doentes que
confirmam que os IPO, sem qualquer fundamentação científica, e
refugiando-se em meros pormenores regulamentares, têm recusado
autorizações excecionais corretamente apresentadas e devidamente
justificados pelos seus médicos assistentes".
"A OM tem a convicção de que a centralização da avaliação das
autorizações excecionais nos centros especializados visa objetivos
essencialmente economicistas, que serão profundamente prejudiciais aos
doentes, introduzindo um patamar intermédio de racionamento e visando,
em simultâneo, desresponsabilizar o Ministério da Saúde pelas decisões",
indica a Ordem, reiterando uma posição que tinja já assumido quando
estes centros foram criados, em final de outubro deste ano.
O jornal "Público" desta terça-feira noticia que um doente com cancro da
próstata em estado avançado decidiu recorrer a um tribunal para obrigar
o IPO do Porto a fornecer-lhe medicamentos inovadores, que lhe foram
recusados.
Questionado sobre este caso, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, disse
que estas questões são do foro clínico, devendo ser os diretores
clínicos de cada unidade a responder por elas.
"Sobre casos concretos, de certeza que os diretores clínicos das
unidades estão disponíveis para dar a cara, e a dar uma explicação. Mas é
a nível clínico. Não será nunca o ministro a dizer qual é o medicamento
que deve ser adotado ou excluído. Essas questões são questões técnicas e
de natureza técnica ou clínica", afirmou Paulo Macedo aos jornalistas, à
margem de uma visita, hoje, ao Hospital D. Estefânia, em Lisboa.
* Uma acção que faz todo o sentido.
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