HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Centro de Apoio Jurídico para quem
. denunciar corrupção em Portugal
A Transparência e Integridade, Associação Cívica , representante
portuguesa da rede global anti-corrupção Transparency International,
anunciou esta segunda-feira que vai criar um centro de apoio e
aconselhamento jurídico para ajudar quem denuncie casos de corrupção em
Portugal.
O anúncio coincide com o Dia Internacional de Combate à
Corrupção e o centro, que deverá estar operacional no primeiro semestre
de 2014, está integrado num projeto internacional gerido pelo
secretariado da Transparency International, em Berlim, que tem aberto
estruturas semelhantes em vários países europeus.
Segundo João
Paulo Batalha, membro da Transparência e Integridade, Associação Cívica
(TIAC) e coordenador do projeto, o centro pretende apoiar os cidadãos na
denúncia de casos de corrupção, numa altura em que a organização
recebe muitos pedidos vindos de cidadãos que não sabem como formular a
sua queixa às autoridades competentes ou não confiam nas instituições da
Justiça e pedem o apoio de organizações cívicas como a TIAC.
O
objetivo do centro, de acordo com o mesmo responsável, é dar mais
capacidade ao serviço de provedoria que a TIAC tem prestado, de forma
voluntária, aos cidadãos que se dirigem à associação e que vão passar,
assim, a contar com um apoio mais próximo.
Além de ajudar os
cidadãos a formular as suas queixas de forma mais eficaz e a dirigi-las
às autoridades competentes, o centro, que funcionará de forma totalmente
gratuita, pretende também sensibilizar os portugueses para a
importância da denúncia, acompanhando os casos que se revelem mais
sensíveis ou relevantes.
Segundo a TIAC, a sistematização de
denúncias e o seu acompanhamento na Justiça permitirão também
identificar as áreas da corrupção com um impacto mais direto na vida dos
portugueses e fazer recomendações de melhoria às autoridades políticas e
judiciais.
Em comunicado, João Paulo Batalha salienta que a
Provedoria TIAC será um reforço fundamental do trabalho desta
associação, num país em que os cidadãos, "de uma forma geral, têm medo
de denunciar crimes de corrupção".
"Não temos em Portugal uma lei
eficaz de proteção dos denunciantes, que ficam por isso sujeitos a todo
o tipo de pressões e abusos -- e as alterações legislativas que estão
na calha não vão resolver o problema, se se limitarem a equiparar os
denunciantes a testemunhas. É preciso ir mais além na proteção efetiva
de quem colabora com a Justiça, como a TIAC tem recomendado
insistentemente. O medo de represálias e a noção de que a queixa será
inconsequente são as razões mais apontadas para que os cidadãos fiquem
em silêncio perante casos de corrupção. É este estado de coisas que é
urgente mudar", diz João Paulo Batalha, na mesma nota.
O
atendimento jurídico será assegurado por juristas ou estudantes de
Direito em regime de voluntariado, sob supervisão de um jurista ligado
ao projeto, através de protocolos de cooperação com Universidades e
institutos de Direito que começarão a ser celebrados no início de 2014.
O projeto, com uma duração de 30 meses, tem financiamento da Comissão Europeia.
A
TIAC, o ponto de contacto nacional da Transparency International, é uma
associação sem fins lucrativos que tem como finalidade geral promover a
legalidade democrática e a boa governação, combatendo a corrupção e
fomentando os valores da transparência, integridade e responsabilidade
na opinião pública, nos cidadãos e nas instituições e empresas públicas e
privadas.
* Uma informação a reter!
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