HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Carvalho da Silva:
Estamos a assistir a "rupturas violentas"
O ex-secretário-geral da CGTP apresentou esta quarta-feira, 11 de
Dezembro, o relatório do Observatório sobre Crise e Alternativas acerca
do impacto da austeridade em Portugal nos últimos três anos.
Manuel Carvalho da Silva acusou o
Governo português de já não estar a responder à crise, mas sim a
implementar um programa ideológico. “A austeridade a que vamos sendo
sujeitos é uma forma de economia política. Não se trata de uma
austeridade com medidas técnicas ou transitórias. Há aqui rupturas
violentas”, afirmou no discurso de abertura da conferência na Fundação
Calouste Gulbenkian.
O coordenador do Observatório sobre Crises e Alternativas sublinha que o principal factor de
desvalorização tem sido o trabalho e os salários. “Há como que uma desvinculação de compromissos com os cidadãos”, aponta.
Carvalho da Silva refere ainda que existem consensos sociais
alargados – entre sindicatos e patrões - que estão a ser ignorados,
citando pareceres do Conselho Económico e Social (CES) aprovados por
unanimidade. “Algumas das alterações de legislação laboral não
interessam à maioria das empresas. Parecem dirigidas apenas a algumas. E
isso dá que pensar.”
Por último, o ex-sindicalista deixou avisos sobre o perigo do exemplo
dado pelo Governo – com cortes de salários da Função Pública – e da
pressão do Fundo Monetário Internacional - para ajustar os salários do
privado – para a sociedade e a evolução do mercado de trabalho.
* Estamos sob a ditadura da partidocracia
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