A Popota, a Margarida
e o Natal na Venezuela
Na semana que passou, o Presidente venezuelano Nicolás Maduro
fez um decreto para antecipar a quadra natalícia.
Como argumentos usou os factos de que a “felicidade, a natividade e a chegada de Jesus são o melhor remédio”. Já este mês o governo da Venezuela pagará dois terços do subsídio de natal, o que fará certamente as pessoas felizes…
Como argumentos usou os factos de que a “felicidade, a natividade e a chegada de Jesus são o melhor remédio”. Já este mês o governo da Venezuela pagará dois terços do subsídio de natal, o que fará certamente as pessoas felizes…
Há quem defenda que esse gesto insólito é apenas uma tentativa de
herdar o enorme capital de simpatia que Chávez tinha entre o seu Povo e
que foi por isso que já, anteriormente, o Presidente Maduro criou o
Ministério da Felicidade Suprema.
Agora, além destas duas iniciativas, Maduro declarou também que o dia
8 de Dezembro será o “dia da lealdade e do amor ao Comandante Supremo
Hugo Chávez”. Porém, coincidência das coincidências, o dia 8 de Dezembro
é também dia de eleições municipais…
Por cá, já temos a Popota aos saltos na televisão, a dizer que o
natal é pop, com ela no top. Não sei o que é um natal pop, nem sequer
top, mas tudo bem… a vida era melhor sem a Popota…
Ao contrário, podíamos era ter um dia daqueles, lá da Venezuela. Um
dia “da lealdade” ou da “felicidade”, mas não temos e como não temos, cá
nos vamos amanhando com os dias e com as manhãs que temos. E todas as
manhãs temos, sem aviso nem decreto, manhãs de parvoíce nos canais de TV
nacionais.
Ora, foi precisamente numa dessas ditas manhãs, (entre os olhos de
vidro de uma senhora que esteve no programa do Goucha e que canta muito
bem, ou o senhor gago que faz filetes com arroz de tomate muito bons no
programa da Júlia Pinheiro e a gaguez nem se nota) que apareceu a
Margarida Rebelo Pinto.
A Margarida Rebelo Pinto é uma espécie de Popota, mas anorética. Têm a
mesma escassez de vocabulário e o mesmo problema de estupidez, com a
diferença de que a Popota é mais cor-de-rosa e a Margarida é mais
branca. De resto são iguais, até no que transmitem: nada.
Desde a polémica em 2006, com a acusação de auto plágio e erros
ortográficos nos seus livros, que eu não ouvia falar tanto da Margarida.
Julguei mesmo que finalmente em Portugal já se tinha chegado à
conclusão de que a Margarida, essa cópia forjada de Paulo Coelho, que
escreve para meia dúzia de distraídos que passam nas lojas de aeroporto e
querem adormecer nos aviões, não era uma escritora: era um produto. Uma
“coitadinha” que a literatura portuguesa deixou inventar, por falta de
escrúpulo e algum remorso.
À escala do senhor gago que faz filetes com arroz de tomate muito
bons no programa da Júlia Pinheiro e a gaguez nem se nota, a Margarida
Rebelo Pinto que escreve livros muito maus e nota-se, apareceu num
programa da RTP/informação, o “Bom dia, Portugal” e toca de dizer que
sente “repulsa” por quem se manifesta contra o Governo, estando até
triste com a falta de civismo e responsabilidade civil de quem
interrompe o trabalho de quem governa para protestar.
Ainda estou na dúvida do que é pior: se é a Margarida ter tido
microfone para apresentar o seu livro, se é a Margarida ter dito o que
disse…
Num caso ou noutro, o assunto só se resolve mandando a Margarida e a
Popota para a Venezuela, com chegada prevista para o dia 8 de Dezembro,
esse dia em que se celebrará a lealdade e o amor ao Comandante Supremo
Hugo Chávez.
Há lá coisa mais saborosa do que festejar estes valores com uma
Popota aos saltos? E uma Margarida cheia de teorias? Não vislumbro e não
vislumbrando, hoje, é assim que acabo. Serenamente.
IN "AÇORIANO ORIENTAL"
13/11/13
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