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Água distribuída e não facturada é um
. terço do total e vale 170 milhões
. terço do total e vale 170 milhões
Em termos internacionais, são aceitáveis valores de água não faturada de cerca de 15% do total distribuído
Cerca de um terço da água distribuída em Portugal não é faturada, por
se perder nas ruturas ou por falta de exigência de pagamento, e
representa 170 milhões de euros anuais, revela a entidade reguladora à
Lusa.
"A água não faturada em Portugal representa em média cerca
de 30%", totalizando um valor "da ordem dos 170 milhões de euros por
ano, uma verba extremamente elevada", afirmou hoje à agência Lusa o
presidente da Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos
(ERSAR), Jaime Melo Baptista.
Para Jaime Melo Baptista, esta
situação "mostra bem a necessidade de se investir no aumento de
eficiência e na manutenção dos sistemas, na redução de avarias e,
consequentemente, de perdas".
Em termos internacionais, são aceitáveis valores de água não faturada de cerca de 15% do total distribuído.
Se
a média nacional de água não faturada se situa nos 30%, "há operadores
com valores perfeitamente aceitáveis, na ordem dos 10%, ou eventualmente
menos, mas no outro extremos estão operadores que chegam aos 70 ou 80%,
o que é não aceitável", alertou Melo Baptista, em declarações à Lusa.
Os
casos mais gravosos de água não cobrada, e consequente perda de
receita, surgem nas áreas rurais, com relevância para a região Norte,
enquanto os melhores desempenhos se localizam nas áreas urbanas do
Centro e de Lisboa e Vale do Tejo, dependendo ainda de se tratar de
distribuição em alta (da captação ao reservatório) ou em baixa (do
reservatório ao local de consumo).
Entre as percentagens mais
elevadas de água distribuída e não faturada encontram-se os casos das
câmaras municipais de Celorico de Basto (78,2%), Macedo de Cavaleiros
(77%) ou Murça (73%), refere um relatório da ERSAR.
Em Chaves, a
água não cobrada está nos 62,7%, Silves tem 54,3%, Montijo 44% (Serviços
Municipalizados, SMAS), Loulé 41,3%, Caldas da Rainha 38,1%, Grândola
38%, Sesimbra 35,9%, Guarda (SMAS) 30,4% e Sintra (SMAS) 25,1%.
No
extremo oposto, a Empresa Portuguesa das Águas Livres (EPAL) regista
não faturação somente em 10% do total distribuído, as Águas de Valongo,
em 15,4%, e em Faro, através da Faro, Gestão de Águas e Resíduos (Fagar)
15,4%.
Em Portugal Continental, dos cerca de 850 milhões de
metros cúbicos de água captada, tratada, transportada, armazenada e
distribuída, cerca de 300 milhões não chegam a ser vendidos aos
utilizadores.
As razões prendem-se com perdas físicas, ou seja,
ruturas ou fissuras nas condutas, imprecisões nas medições ou furto de
água, e com perdas comerciais, relacionadas com fornecimentos
autorizados, mas não cobrados para lavagem de ruas, rega de espaços
verdes municipais, alimentação de fontes e fontanários, lavagem de
condutas e coletores de esgoto ou para combate a incêndios.
As
decisões de não cobrar a água diferem do sentido da recomendação da
ERSAR. "Toda a água consumida deve ser faturada até porque ao não
facturar [por exemplo] a consumidores municipais, na prática estamos a
dizer que devemos faturar um pouco mais aos restantes consumidores",
realçou o seu presidente.
Melo Baptista salientou que os problemas
devem ser analisados de forma integrada, pois "a questão das perdas é
um dos vários aspetos da ineficiência e a sua resolução passa por
monitorizar a situação, o que já se faz, mas é preciso acompanhar as
razões que levam às perdas físicas, através da avaliação das ruturas que
existem no sistema".
* A responsabilidade é deste governo que coloca nas empresas públicas do sector maus gestores mas amigalhaços. Têm como exemplo o Frexes do Fundão que depois duma gestão ruinosa no município e alguns cambalachos por esclarecer, foi parar às águas em detrimento de gente muito mais competente.
Mas os 170 milhões de desperdício vamos nós pagá-los nos impostos, não se incomodem.
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