HOJE NO
" DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Portugueses têm de ser
"mais modestos" nos gastos
O patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, considerou hoje que os
portugueses têm de ser "mais modestos" e reduzir despesas, mas defendeu
que os sacríficos só podem ser pedidos a quem tem recursos.
A sociedade portuguesa está a atravessar "um momento muito complexo",
com "muita falta de recursos próprios, com muita dependência de
recursos externos e também com muita dívida a pagar", afirmou Manuel
Clemente aos jornalistas, no final da celebração dos Fiéis Defuntos, na
Sé Patriarcal de Lisboa.
O MODESTO RESTAURANTE DA A.R. |
Para ultrapassar esta situação, os portugueses têm de "ser mais modestos nos gastos e mais solidários nos proventos".
Mas "as forças sociais, políticas, sindicais, etc. divergem na
maneira de conseguirmos esse objetivo", adiantou patriarca de Lisboa.
"O Governo na sua proposta de orçamento entende que isso passa por
uma baixa nas pensões", com o argumento de que devem ser reduzidas para
que possam continuar a ser pagas no futuro.
Já as "forças
sindicais e sociais entendem que não era necessário isso e que era
possível chegar lá de outra maneira, com outros cortes noutros setores,
concretamente na despesa", disse.
"Mas é para isso que existe a
concertação social, a Assembleia da República e é para isso que a lei
do orçamento do Estado", aprovada na sexta-feira na generalidade, vai
ser apreciada na especialidade.
"Que as argumentações de
todos apareçam, sejam claras e depois se decida democraticamente para o
futuro, mas com um grande envolvimento solidário de todos", frisou.
Manuel Clemente defendeu ainda que não podem ser pedidos
sacrifícios a quem já não tem nada para dar: "Quando se pedem
sacrifícios também no sentido de sermos mais módicos, mais frugais, isso
só pode ser pedido a quem ainda pode ser mais frugal e não àqueles que
já não podem ter mais frugalidade nenhuma".
Realçou ainda o
trabalho "notável" do setor social e da sociedade nos últimos três anos
para ajudar as famílias que se encontram em "grandes dificuldades" e que
se debatem com "o problema acrescido do desemprego".
"Havia famílias que já tinham um orçamento muito modesto, mas que agora
tem de ser reforçado porque apoiam filhos que estão desempregados e
netos", comentou.
Toda esta situação "impende muito
fortemente sobre a vida das famílias", disse, apelando à "solidariedade
geral e particular e a uma melhor intervenção daqueles que têm mais
meios e mais recursos para socorrer aquilo que é de todos".
Questionado sobre a suspensão do feriado do Dia de Todos-os-Santos, Manuel Clemente disse esperar que seja reposto.
"Espero que possamos ter de novo o feriado, até porque se tratou de
uma suspensão", disse, justificando: "O que o Estado combinou com a
Igreja foi por um período de cinco anos e que depois seria avaliado".
"Os Santos têm uma grande tradição em Portugal", apesar que o Dia já
estava "um bocadinho desvirtuado", porque as pessoas aproveitavam o
feriado para lembrar os defuntos.
* Não sabemos em que país vive o senhor Patriarca de Lisboa, nós que vivemos em Portugal percebemos que ser modestos é viver na miséria ao contrário dos políticos que vivem assoberbados de mordomias. Basta ir ao parlamento, à restauração e ver a comida de luxo que lá se come ao preço de tasca, basta tomar conhecimento das somas pornográficas de dinheiro que os partidos recebem dos impostos dos cidadãos, basta ver os quantitativos das reformas dos deputados após 12 anos de trabalho e o belíssimo exemplo que é a sra. Presidente da Assembleia da República ter sido reformada com 464 contos mensais, após 10 anos de trabalho como juíza no tribunal Constitucional, nada disto é ilegal mas tremendamente imoral.
Sr. Patriarca vá falar de modéstia para a luxuosa Cúria Romana.
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