11/11/2013



HOJE NO
"DESTAK"

Reconstrução mamária 
Um contributo para a cura 

A reconstrução mamária não cura o cancro da mama, mas é um passo importante para a recuperação. 

Pode não ter influência na cura do cancro que é a doença oncológica de maior incidência na mulher portuguesa e nos países desenvolvidos, matando todos os anos 1.800 portuguesas – cinco mortes por dia -, levando ainda outras seis mil a integrarem as estatísticas de novos casos. Mas devolver as curvas roubadas pelo cancro da mama, como reforça ao Destak Manuel Caneira, especialista em cirurgia plástica, reconstrutiva e estética do Hospital CUF Descobertas, «permite à mulher uma recuperação emocional mais rápida e minimizar a sensação de perda». 


Por isso, o especialista não duvida que, neste sentido, a reconstrução «contribui claramente para a "cura" da situação tendo em conta a doente como um todo». Em outubro, mês de luta contra o cancro da mama, multiplicatam-se as iniciativas que visam alertar para a doença, as dicas para o autoexame e mamografia, formas de diagnóstico precoce, os diferentes tratamentos que permitem levar de vencida a doença e a reconstrução mamária, que devolve à mulher a figura entretanto perdida. 

Uma reconstrução que, explica o médico, «pode ser feita com recurso a implantes, sendo essa provavelmente a modalidade mais frequente, mas pode ser também efectuada apenas com tecidos da própria doente (com os designados retalhos)». Apesar de ser possível em todas as idades, a reconstrução mamária deve, ser adequada «a cada caso», o que deve ter em conta não só a idade, mas «fatores como hábitos, nomeadamente desportivos, biotipo (que condicionam os tecidos disponíveis para reconstrução) ou cicatrizes previamente existentes». 

 E o tempo de recuperação deste procedimento que, como qualquer outra cirurgia, tem os seus riscos, «atualmente muito reduzidos» se se tiverem em conta as especificidades de cada mulher. «De uma forma geral, se não existirem impedimentos, o processo de reconstrução total dura entre 6 meses a um ano dependendo das técnicas utilizadas», confirma o especialista. 


O risco da austeridade Aumentando de incidência com a idade, o cancro da mama «também atinge muitas mulheres no seu período de maior produtividade e pujança física e intelectual», confirma Vítor Veloso, presidente do núcleo regional do Norte da Liga Portuguesa contra o Cancro, que chama a atenção para «o aumento de incidência», embora «percentualmente a mortalidade já comece a diminuir no nosso país». Por isso, o especialista só espera que «os anunciados “racionamentos” na saúde, nomeadamente a nível do tratamento do cancro, não façam diminuir a cura e a sobrevivência».

* Esta luta é de todos, mulheres e homens.

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