O QUE NÓS
APRENDEMOS!
Offshore suspeita
O presidente do BES, Ricardo Salgado, recebeu em 2011 cerca de 8,5
milhões do construtor José Guilherme. O dinheiro foi transferido de uma
offshore deste empresário para outra, a Savoices, com sede no Panamá,
que pertence ao banqueiro.
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Por estes rendimentos extraordinários,
Salgado foi obrigado, entre 30 de Maio e Dezembro de 2011, a entregar
três declarações de rectificação do IRS de 2011 – tendo pagado cerca de
4,5 milhões de euros de imposto. Alegadamente, aquele valor terá sido
pago por José Guilherme a título de honorários, por serviços de
consultadoria e assessoria aos seus negócios em Angola, no ramo da
construção civil. Estes serviços decorreram em paralelo à actividade de
banqueiro.
O rasto das transferências de uma offshore de José
Guilherme para a Savoices foi detectado na documentação apreendida à
Akoya Asset Management, da qual Salgado era um entre cerca de 400 dos
seus clientes. Salgado foi confrontado com estas transferências quando,
em Dezembro, foi chamado a depor no Departamento Central de Investigação
e Acção Penal (DCIAP).
O presidente do BES, para receber aqueles
ganhos paralelos à sua actividade de banqueiro, adquiriu a referida
offshore a uma sociedade de advogados do Panamá especializada na
constituição destes veículos.
O SOL pediu um comentário sobre
estes factos a Ricardo Salgado, questionando ainda se os 8,5 milhões de
euros recebidos através da offshore Savoices é compatível com a sua
actividade bancária.
“Conforme amplamente divulgado há mais de
seis meses na comunicação social, a situação tributária, legal e
profissional do Dr. Ricardo Salgado encontra-se regular e esclarecida” –
respondeu o porta-voz do presidente do BES e líder do Grupo Espírito
Santo (GES).
paula.azevedo@sol.pt e felicia.cabrita@sol.pt
NR: Estamos sempre a tempo de aprender, esta é uma notícia do "SOL", publicada a 20/09/13
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