HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
Mais de 100 empresas municipais
tem que fechar as portas
Cento e onze empresas do sector empresarial local (SEL) correm o
risco de encerra até Março por não cumprirem a lei do sector, refere um
estudo da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas hoje divulgado na
conferência TSF/OTOC.
Estas empresas sem viabilidade representam mais de 40% do universo do
SEL, que abrange 272 entidades. E terão de encerrar até Março, na
sequência da lei que determina a extinção das instituições que não
tiverem sustentabilidade financeira.
De acordo com o estudo, há três empresas que não cumprem nenhum dos
quatro critérios. São elas a EDEAF - Empresa Municipal de
Desenvolvimento, de Alfandega da Fé, a Falcão - Cultura, Turismo e
Tempos Livres, de Pinhel, e a TEGEAC - Gestão de Equipamentos Culturais e
de Lazer, de Trancoso.
Para se manterem abertas, as empresas não podem, nos últimos três
anos, ter vendas ou prestações de serviços inferiores a 50% dos seus
gastos totais, nem ter subsídios à exploração superiores a 50% das suas
receitas. Também não passam as empresas que, nos últimos três anos,
tenham tido resultados operacionais negativos ou resultado líquido de
exercício negativo.
Apesar de não ser um dos critérios, por si só, para o encerramento, a
OTOC realça ainda as 35 entidades do SEL com mais dívidas (maior
passivo exigível) no final de 2012.
À frente das mais endividadas está a Tratolixo - Tratamento de
Resíduos Sólidos (Cascais, Oeiras, Mafra, Oeiras e Sintra), a EPUL --
Urbanização de Lisboa, que deverá encerrar, e a Indaqua Matosinhos -
Gestão de Águas.
À margem da apresentação, que ocorrer esta manhã o bastonário dos
Técnicos Oficiais de Contas, Domingos Azevedo, destacou que muitas
destas empresas foram durante muitos anos utilizadas por muitos
municípios para conseguirem manter as contas das câmaras limpas, o que
agora deixou de ser possível.
No entanto, considera que os municípios
deverão resolver as situações de incumprimento para evitar o
encerramento das empresas até Março. Uma das soluções pode passar pela
integração dos serviços nas câmaras, disse, destacando, por exemplo, que
não será possível deixar de haver recolha de lixo num município.
* Alguns dos elefantes brancos do país de que os autarcas se serviam para mascararem prejuízos.
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