Esperteza saloia
Como
é que o principal partido da oposição decidiu reencarar a reabertura
parlamentar em setembro? Dizendo: é preciso baixar os impostos, é
preciso aliviar os portugueses da austeridade, que temos de crescer. (7
setembro de 2013, Passos Coelho, primeiro-ministro)
O aumento de
impostos que já está previsto no documento que assinámos com a "troika"
da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional já é mais do que
suficiente. Não é preciso fazer mais aumento de impostos. (maio 2011,
Passos Coelho, presidente PSD)
A ser necessário, só
consideraríamos mexer em impostos sobre o consumo e não nos impostos
sobre o rendimento das pessoas e nem nas pensões e reformas. (março
2011, Miguel Relvas, secretário-geral PSD)
Os impostos têm um
efeito recessivo sobre a economia. A ideia que se foi gerando em
Portugal de que o PSD vai aumentar o IVA não tem fundamento. (março
2011, Passos Coelho, pres PSD)
Os impostos só devem aumentar com
circunstâncias especiais e só por incompetência o governo pode pedir
mais impostos porque não se tem mostrado diligente com o dinheiro dos
outros. (outubro 2010, idem)
A carga fiscal actual, a maior de
sempre em Portugal, é inadmissível, um disparate (abril 2011, Diogo
Leite Campos, vice-presidente PSD)
Todos os ordenados até 2.500
euros/mês têm de ser revistos e apoiados. É preciso manter as prestações
sociais, reduzir impostos, etc. (...) Para o objectivo de quatro anos, o
principal é proteger todas as famílias que ganhem até 2.500 euros.
(idem)
Ao contrário do que se diz, os funcionários públicos não são de mais. Estão é mal aproveitados (ibidem)
Garanto
que não financiaria a redução do défice recorrendo, sobretudo, aos
salários dos funcionários públicos. (outubro 2010, Passos Coelho, pres.
PSD)
Não estão em causa despedimentos na função pública. Aliás,
nós temos muito respeito pelos funcionários públicos. O PSD é contra
toda e qualquer tentação no sentido de eliminar ou atacar a ADSE ou os
subsistemas de saúde na função pública. (maio 2011, Eduardo Catroga,
nomeado pelo PSD para negociar com a troika e co-autor programa
eleitoral PSD)
Temos 700 mil desempregados, esperamos ao final de
quatro anos ter conseguido diminuir em 200 mil o número. ( abril 2011,
Diogo Leite Campos)
O PSD não viabializará um orçamento que
estrangule a nossa capacidade de crescer e que onere ainda mais os
portugueses no pagamento de impostos. Se o PM quiser colocar a questão
no tudo ou nada, teremos de dizer que se trata de uma chantagem
inaceitável, que não é séria." (outubro 2010, Passos Coelho)
Como é
que nós conseguimos construir o futuro com demagogia desta maneira? Há
algum governo que goste de lançar austeridade sobre o seu povo?
(setembro 2013, Passos Coelho)
Que maneira de fazer política! Que
tristeza! Como é possível que ainda alguém pense que esta esperteza
saloia pode render votos em Portugal? (idem)
IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
13/09/13
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