HOJE NO
" DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Impressora 3D produz ouro colorido
Uma equipa de investigadores da Universidade do Minho desenvolveu uma
tecnologia que permite produzir peças em ouro colorido, de raiz, num
projeto com um modelo de negócio que poderá revelar-se ouro sobre azul.
Sem o uso de quaisquer pigmentos, o
projeto desenvolve-se em torno de uma impressora a três dimensões que
trabalha com pó de ouro puro e o aplica em várias camadas de
nanopartículas, cujo padrão em que são dispostas acaba por definir a cor
da joia.
De acordo com Filipe Silva, mentor do projeto e diretor
do departamento de Engenharia Mecânica da Universidade do Minho (UM),
esta tecnologia, que permite a mistura de vários materiais, pode
aplicar-se a "próteses médicas e dentárias" facilmente personalizáveis
ao respetivo beneficiário.
"Imagine que quer fazer uma prótese
dentária que começa com uma base em titânio e depois quer evoluir para a
cerâmica e ajustar a cor do esmalte de acordo com a cor dos outros
dentes: [a impressora] vai colocando as cores do esmalte,
sucessivamente, que se pretendem para aquele dente, daquela cor, para
aquela geometria, para aquela pessoa", disse Filipe Silva à agência
Lusa.
O prefixo "nano" refere-se a dimensões na ordem do milésimo
de milionésimo de milímetro e é nesta escala que reside uma das
inovações do projeto, que prescinde de materiais externos para modificar
a cor do ouro -- é a rede, ou matriz, em que são dispostas as
nanopartículas que lhes permite refletir a luz em várias cores.
A
preferência do mercado pelo tradicional ouro amarelo leva, no entanto, a
que esta inovação seja dirigida sobretudo a nichos de interesse.
"Eu
penso, apesar de tudo, que o ouro sempre será amarelo e que a grande
parte do ouro que vai ser consumido será sempre amarelo", admitiu Filipe
Silva, explicando que "a vantagem deste tipo de produtos é que serão
sempre de nicho de mercado", pelo que procedeu à criação de uma empresa
"spin-off" para divulgar a inovação já patenteada.
A empresa vai
apresentar-se aos mercados na próxima edição da Portojóia, a feira
internacional de ourivesaria, joalharia e relojoaria a realizar-se na
Exponor, em Leça da Palmeira (Matosinhos), de 26 a 29 de setembro.
Filipe
Silva explicou que a linha de joalharia feita para exibir a tecnologia
de impressão a laser em três dimensões funciona "como se fossem produtos
de imagem que se destinam a apresentar conceitos", mas cuja intenção
derradeira é "vender a imagem da empresa", pelo que deverá "fazer uma
auscultação dos mercados português e espanhol", para só depois investir
noutros mercados de forma "mais arrojada."
Para o diretor deste
projeto, a inovação poderá ter sucesso na penetração dos mercados
internacionais na medida em que se trata de "uma impressora 3D
absolutamente inédita", cuja principal mais-valia é mesmo a capacidade
de "ir criando gradientes de cores diferentes, variando também de
materiais que vão de cerâmicas nobres a ouro, platina ou prata", o que
permite "uma liberdade de criação de peças feitas em múltiplos materiais
simultaneamente."
A marca de penetração no mercado, batizada de
Grad'Or, resulta de um projeto aprovado pela Fundação para a Ciência e
Tecnologia e compreende um investimento de meio milhão de euros.
O
desenvolvimento desta tecnologia teve origem, no entanto, "há já oito
anos", segundo Filipe Silva, e soma já "um investimento de cerca de dois
milhões de euros, quer em desenvolvimento tecnológico, quer em recursos
humanos."
* A notícia é boa mas notável é o trabalho de investigação desta tecnologia que já tem uma despesa de oito anos.
Filipe Silva já terá pensado em negociar a dívida portuguesa através da impressora 3D?
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