HOJE NO
"RECORD"
Rosa Mota, eterna campeã
Faz hoje 25 anos que
conquistou o ouro em seul
Aos 38 quilómetros, José Pedrosa levantou bem a voz quando seguia a
prova num carro da televisão sul-coreana. “É agora ou nunca.” Rosa Mota
tinha, finalmente, ordem para lançar o ataque final. E, a partir daí até
à meta, foi uma luta contra a concorrência. Mas já ninguém tinha pernas
e coragem para ir atrás da menina da Foz.
HUMANIDADE |
Há 25 anos, foi
este o momento que virou a carreira de Rosa Mota durante a corrida da
maratona dos Jogos Olímpicos de Seul. A pupila de José Pedrosa figurava
entre as favoritas para a conquista da medalha de ouro, em função do seu
brilhante passado, com uma estreia vitoriosa no Europeu de Atenas
(1982), uma medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Los Angeles e um
triunfo notável no Mundial de Roma (1987) que deu muito que falar, tal
foi a sua manifesta superioridade (7.21 m), uma vantagem recorde, numa
prova disputada sob muito calor (27 graus à partida).
Determinação
As
vitórias e as marcas não deixavam margem para dúvidas. Rosa era o alvo a
abater para Seul, e, sabendo disso, o seu técnico e companheiro José
Pedrosa preferiu poupar a atleta de grandes esforços. Mas, em
consequência disso, arranjou um diferendo com a Federação Portuguesa de
Atletismo que quase podia ter inviabilizado a ida da atleta aos Jogos.
Rosa
achou que não era conveniente ir ao Mundial de estrada de 15 km, a
escassos dois meses depois do Mundial em Roma; acabou por ser castigada e
impedida de entrar em provas.
A polémica durou meses, e foi
preciso a intervenção do ministro da Educação, Roberto Carneiro, para
sanar o diferendo, quando a dada altura a atleta admitiu a possibilidade
de se inscrever na Federação de Macau...
Depois da categórica
vitória de Rosa Mota, quatro anos após o ouro de Carlos Lopes em Los
Angeles, o atletismo português atravessava uma das melhores fases, com
os gémeos Castro a afirmarem-se internacionalmente, tal como José Regalo
e António Pinto.
O triunfo de Rosa teve o condão de despertar
Portugal para outra realidade: a emancipação da mulher no âmbito do
desporto. Rosa Mota era o modelo perfeito da simpatia, da humildade e de
classe. A simbiose de todos estes fatores levou que, num gesto de
reconhecimento, a menina da Foz, filha de gente humilde, passasse a ser
conhecida pela “Rosinha do nosso contentamento”. E há de ficar sempre
assim.
Ganhou todos os grandes títulos
Rosa
Mota iniciou-se no atletismo aos 14 anos, no Futebol Clube da Foz, onde
conheceu as primeiras alegrias como campeã nacional de corta-mato.
Depois mudou-se para o FC Porto e, a seguir, para o CAP (Centro
Atletismo do Porto), formado por atletas e em que José Pedrosa era
figura influente. Ao longo da carreira ganhou tudo: títulos nacionais,
europeus, mundiais e olímpicos.
* Uma grande atleta e uma grande mulher e com ela regozijamos!!!
Ficamos muito tristes com a vida de Fernanda Ribeiro, campeã olímpica dos 10.000m e de Manuela Machado campeã do mundo da maratona, passam por muitas dificuldades e quase toda a gente se esqueceu das grandes alegrias e projecção que deram a Portugal, mais do que qualquer dos desastrosos primeiros ministro que temos tido.
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