HOJE NO
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Nadadores-salvadores alertam para
fim de época balnear na maioria das praias
Óbidos, Vagos, Mira, Alcobaça, Nazaré, Cantanhede, Figueira da Foz e Vila Nova de Cerveira estão entre os municípios que reduziram a época balnear, de acordo com dados da FEPONS
A Federação Portuguesa de Nadadores
Salvadores (FEPONS) alerta que a maior parte das praias marítimas deixou
de ter nadadores-salvadores no final de agosto, o que atribui aos
critérios económicos dos concessionários.
A
FEPONS explica que a lei permite às autarquias alterar no respetivo
concelho a época balnear, que normalmente decorre de 1 de junho a 30 de
setembro, para outras datas.
"O
espírito inicial desta lei era permitir alargar a época balnear a outros
meses, em algumas regiões do país, onde o clima assim o permite. No
entanto, algumas autarquias usam esta lei para encurtar a época balnear
no seu concelho, tendo em conta critérios economicistas, pois os
concessionários de praia apenas têm obrigação de assegurar a assistência
balnear com nadadores-salvadores durante a época balnear", disse
Alexandre Tadeia, da FEPONS.
De acordo
com a federação, das praias que estão na listagem das praias marítimas,
houve 40 que aumentaram o período de época balnear, 106 "seguiram a
época normal de 01 de junho a 30 de setembro", mas 255 reduziram o
período de vigilância nas praias.
"Há
237 praias que tiveram uma redução de 15 dias, mas a grande maioria teve
uma redução de 30 dias. O problema é que temos aqui umas 18 que
reduziram 45 dias, 50 ou 60 dias e temos mesmo 11 praias que tiveram
época balnear de 01 de julho a 31 de agosto e isto de facto é
manifestamente pouco", considerou.
Óbidos,
Vagos, Mira, Alcobaça, Nazaré, Cantanhede, Figueira da Foz e Vila Nova
de Cerveira estão entre os municípios que reduziram a época balnear, de
acordo com dados da FEPONS.
"Claramente,
este problema tem em conta os critérios económicos dos concessionários.
O que se está a passar é que as autarquias estão a ser pressionadas
pelos concessionários para terem épocas balneares mais curtas e o que se
passa é que em setembro temos imensa gente na praia e as praias estão
sem vigilância", afirmou.
Alexandre
Tadeia defendeu que o sistema de contratação dos nadadores salvadores
tem de mudar e adiantou que a FEPONS já propôs que "o ónus da
contratação dos nadadores-salvadores deveria passar para as autarquias,
que cobrariam uma taxa municipal justa a todo o comércio do concelho e
não apenas aos concessionários de praias".
"Na
Nazaré, por exemplo, todos os hipermercados e hotéis do concelho lucram
com o turismo mas contribuem zero para o salvamento da praia. Também o
comércio local deveria pagar uma taxa que permitisse à autarquia assumir
a contratação dos nadadores-salvadores", defendeu.
Tadeia
revelou que tem existido uma "grande mortalidade em praias,
principalmente no interior do país" e, como o Instituto de Socorros a
Náufragos apenas faz a contabilidade dos afogamentos em praias durante a
época balnear, a FEPONS está "a criar um observatório que, através de
notícias em jornais e outras fontes, permita ter dados mais reais dos
afogamentos em praias".
Onze pessoas
morreram este ano nas praias portuguesas, entre 1 de maio e 31 de
agosto, com a maioria dos casos a ocorrerem em praias fluviais não
vigiadas, anunciou a 4 de setembro o Instituto de Socorros a Náufragos
(ISN).
O comandante do INS, Nuno
Leitão, informou que das 11 mortes, cinco aconteceram em praias fluviais
não vigiadas, quatro em praias marítimas também não vigiadas, uma em
praia fluvial vigiada e outra em praia marítima vigiada.
* A Lei que é lei tem de se saber dar a volta, que o digam os dinossauros autarcas.
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