Partidos
Dupond e Dupont
O PR não concebe que os vários partidos, mesmo depois de vacinados com igual volume de informação, sejam portadores de visões diferentes do que é o bem comum.
Para entender Cavaco Silva, cândido e convencido
da sua boa solução, sugerindo o ‘compromisso de salvação nacional',
recordemos a sua frase da campanha das eleições de 2006: ‘duas pessoas
sérias com a mesma informação têm de concordar'.
Para o PR, se os três partidos que qualquer pessoa com um resíduo de sensatez vê a governar o país - PSD, CDS e PS - tiverem a mesma informação, então correrão para um entendimento que será uma festa de unanimidade, alínea a alínea acaso se necessite de documento escrito. O PR não concebe que os vários partidos, mesmo depois de vacinados com igual volume de informação, sejam portadores de visões diferentes do que é o bem comum e, por maioria de razão, de propostas conflituantes para o caminho que lá conduz.
Numa democracia saudável os partidos têm de discordar entre si - porque os eleitores têm, também eles, opiniões discordantes. Mas a nossa realidade partidária está mais perto da visão desadequada do PR do que das democracias saudáveis. Desde os anos 90 que não há pensamento estratégico sério no PS, PSD e CDS. Os três partidos têm em comum (quando governam, que é o que conta) a apetência pelo estatismo, a inevitabilidade do Estado no epicentro de todas as políticas, o crescente condicionamento dos indivíduos nas mais diversas facetas das suas vidas (desde preocupação com o sal do pão, regulação de uniões de facto até totalitarismos fiscais como a publicitação dos devedores ao Estado) e a doentia propensão para retirar recursos às empresas e famílias, transferindo-os para o Estado, com os constantes aumentos de impostos.
Portanto, sim, o PR até poderia ter razão: com partidos ideologicamente parecidos o consenso parece fácil. No entanto, os três partidos têm de disfarçar a semelhança ideológica para captar eleitores. Discutem casos mediáticos, criam ruturas por insignificâncias, amuam por desconsiderações pessoais, levantam poeira. Não haverá o acordo pedido aos partidos porque estes têm de manter a ilusão de diferença programática. E porque já sabem que estão em campanha até 2014 e não é boa tática eleitoral um acordo tripartido.
Para o PR, se os três partidos que qualquer pessoa com um resíduo de sensatez vê a governar o país - PSD, CDS e PS - tiverem a mesma informação, então correrão para um entendimento que será uma festa de unanimidade, alínea a alínea acaso se necessite de documento escrito. O PR não concebe que os vários partidos, mesmo depois de vacinados com igual volume de informação, sejam portadores de visões diferentes do que é o bem comum e, por maioria de razão, de propostas conflituantes para o caminho que lá conduz.
Numa democracia saudável os partidos têm de discordar entre si - porque os eleitores têm, também eles, opiniões discordantes. Mas a nossa realidade partidária está mais perto da visão desadequada do PR do que das democracias saudáveis. Desde os anos 90 que não há pensamento estratégico sério no PS, PSD e CDS. Os três partidos têm em comum (quando governam, que é o que conta) a apetência pelo estatismo, a inevitabilidade do Estado no epicentro de todas as políticas, o crescente condicionamento dos indivíduos nas mais diversas facetas das suas vidas (desde preocupação com o sal do pão, regulação de uniões de facto até totalitarismos fiscais como a publicitação dos devedores ao Estado) e a doentia propensão para retirar recursos às empresas e famílias, transferindo-os para o Estado, com os constantes aumentos de impostos.
Portanto, sim, o PR até poderia ter razão: com partidos ideologicamente parecidos o consenso parece fácil. No entanto, os três partidos têm de disfarçar a semelhança ideológica para captar eleitores. Discutem casos mediáticos, criam ruturas por insignificâncias, amuam por desconsiderações pessoais, levantam poeira. Não haverá o acordo pedido aos partidos porque estes têm de manter a ilusão de diferença programática. E porque já sabem que estão em campanha até 2014 e não é boa tática eleitoral um acordo tripartido.
ECONÓMICO
15/07/13
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