HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
"É indispensável evitar
um segundo resgate"
À margem da comissão parlamentar de inquérito aos 'swap', Guilherme
d'Oliveira Martins declarou ontem aos jornalistas que não se pronuncia
directamente sobre a crise política. Ainda assim, considerou que a
actual situação política "não pode deixar de preocupar", sobretudo
devido à necessidade que o país tem de "criar condições de estabilidade e
de confiança, designadamente nos mercados internacionais".
"É indispensável criar todas as condições para cumprir primeiro
resgate e evitar um segundo resgate", disse o presidente do Tribunal de
Contas. Guilherme d'Oliveira Martins acrescentou mesmo que, apesar da
crise política, há em Portugal um "sistema cautelar a funcionar que deve
ter confiança dos credores e dos mercados".
O responsável especificou que o "sistema cautelar" consiste "no
controlo de finanças públicas e de cumprimento das obrigações" acordadas
com a 'troika' e que nele estão envolvidas entidades como o Tribunal de
Contas, Banco de Portugal, Instituto Nacional de Estatística (INE),
Governo e Parlamento.
Sobre a escolha da ex-secretária de Estado do Tesouro para Ministra
das Finanças, o presidente do Tribunal de Contas e ex-ministro do PS
disse que Maria Luís Albuquerque é ministra "de um Governo legítimo" e
que "não pode deixar ter a confiança".
Na terça-feira, Paulo Portas, líder do CDS-PP, demitiu-se do cargo de
ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros. Esta demissão surge
depois de, na segunda-feira, Vítor Gaspar ter saído da pasta das
Finanças, tendo sido substituído pela secretária de Estado Maria Luís
Albuquerque.
Apesar da demissão do líder do principal parceiro de coligação, na
terça-feira à noite, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, anunciou
que tenciona manter-se como primeiro-ministro, numa declaração ao país,
em que disse ainda que não aceitou o pedido de demissão de Portas e
comunicou a intenção de esclarecer as condições de apoio político ao
Governo de coligação do PSD com o CDS-PP.
* Com todo o respeito que temos pelo sr. presidente do Tribunal de Contas, não temos dúvida em dizer que é inevitável um 2º resgate, não se sabe ainda quais os moldes.
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