18/07/2013

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HOJE NO
 " PÚBLICO"

Autarca de Bragança abdica de carro 
novo para apoiar instituições sociais 

Câmara cancelou outras despesas previstas, o que lhe permitiu reforçar o apoio a instituições sociais do concelho com 500 mil euros.

A Câmara de Bragança conseguiu reforçar em meio milhão de euros o apoio a instituições sociais, poupando com o cancelamento de despesas previstas para este ano, como a compra de um carro novo para a presidência.

O presidente da autarquia, o social democrata Jorge Nunes, prestes a concluir o último mandato, adiantou nesta quarta-feira que o município decidiu anular algum investimento orçamentado e reafectar as verbas a projectos sociais, como a ampliação e reconversão das instalações da Associação de Pais e Amigos do Diminuído Intelectual (APADI), contemplada com 150 mil euros.

Um dos investimentos “sacrificados” foi o carro da presidência, que “já devia ter sido substituído há três anos, e este devia ser o ano definitivamente da substituição”, novamente adiada, apesar de já não ser a primeira vez que a viatura avaria e deixa o autarca na estrada. “Para mim não faz diferença nenhuma. Se se repetir, há-de haver sempre alguém que venha buscar-me, é irrelevante isso, mas o apoio à instituição, esse sim é relevante”, afirmou Jorge Nunes, garantindo que vai continuar a deslocar-se na viatura, com 11 anos e “muitos quilómetros”.

A autarquia decidiu não substituir também outra viatura da frota, como o autocarro municipal, e cancelar as despesas previstas na substituição de equipamento urbano e manutenção de vias, que o município entende serem “menos prioritárias”.

Desta contabilidade resultou um reforço dos 1,2 milhões de euros já orçamentos para apoio a projectos sociais com mais 500 mil euros destinados à obra da APADI e à Unidade de Cuidados Continuados, a primeira do concelho, que a Santa Casa da Misericórdia de Bragança abrirá no início de 2014. O autarca garantiu que, se “a APADI, no âmbito da execução das obras, precisar de mais apoio financeiro do município, tê-lo-á”. A obra, com conclusão prevista para daqui a um ano, visa “melhorar a qualidade de vida dos 77 utentes da APADI de todo o distrito, em lar residencial e em centro de actividades ocupacionais”, segundo o presidente da direcção, Jorge Novo.

A instituição, com 33 anos, irá ter melhores condições de conforto e mais espaço para as actividades ocupacionais e terapêuticas, como a dramoterapia, músicoterapia, artesanato, ginásio, fisioterapia, entre outras. A APADI não tem mais apoio financeiro assegurado, mas está, ainda segundo o presidente, “a bater às várias portas, junto das entidades que disponibilizam financiamento europeu”. Garante, no entanto que o projecto “vai ser concretizado, independentemente dos apoios”.

O director regional da Segurança Social, Martinho do Nascimento, disse que “não há apoios para a obra” do organismo estatal, que estará, no entanto, “sempre em primeira linha naquilo que é a cooperação e manutenção daquele espaço, no apoio à exploração, garantindo a sustentabilidade da própria instituição”. 

*É um exemplo, no entanto ele foi ou é arguido, não sabemos se houve julgamento, num processo por abuso de poder.
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