HOJE NO
" PÚBLICO"
Autarca de Bragança abdica de carro
novo para apoiar instituições sociais
Câmara cancelou outras despesas previstas, o que lhe permitiu reforçar o apoio a instituições sociais do concelho com 500 mil euros.
A Câmara de Bragança conseguiu reforçar em meio milhão de euros o
apoio a instituições sociais, poupando com o cancelamento de despesas
previstas para este ano, como a compra de um carro novo para a
presidência.
O presidente da autarquia, o
social democrata Jorge Nunes, prestes a concluir o último mandato,
adiantou nesta quarta-feira que o município decidiu anular algum
investimento orçamentado e reafectar as verbas a projectos sociais, como
a ampliação e reconversão das instalações da Associação de Pais e
Amigos do Diminuído Intelectual (APADI), contemplada com 150 mil euros.
Um
dos investimentos “sacrificados” foi o carro da presidência, que “já
devia ter sido substituído há três anos, e este devia ser o ano
definitivamente da substituição”, novamente adiada, apesar de já não ser
a primeira vez que a viatura avaria e deixa o autarca na estrada. “Para
mim não faz diferença nenhuma. Se se repetir, há-de haver sempre alguém
que venha buscar-me, é irrelevante isso, mas o apoio à instituição,
esse sim é relevante”, afirmou Jorge Nunes, garantindo que vai continuar
a deslocar-se na viatura, com 11 anos e “muitos quilómetros”.
A
autarquia decidiu não substituir também outra viatura da frota, como o
autocarro municipal, e cancelar as despesas previstas na substituição de
equipamento urbano e manutenção de vias, que o município entende serem
“menos prioritárias”.
Desta contabilidade resultou um reforço dos
1,2 milhões de euros já orçamentos para apoio a projectos sociais com
mais 500 mil euros destinados à obra da APADI e à Unidade de Cuidados
Continuados, a primeira do concelho, que a Santa Casa da Misericórdia de
Bragança abrirá no início de 2014. O autarca garantiu que, se “a APADI,
no âmbito da execução das obras, precisar de mais apoio financeiro do
município, tê-lo-á”. A obra, com conclusão prevista para daqui a um ano,
visa “melhorar a qualidade de vida dos 77 utentes da APADI de todo o
distrito, em lar residencial e em centro de actividades ocupacionais”,
segundo o presidente da direcção, Jorge Novo.
A instituição, com
33 anos, irá ter melhores condições de conforto e mais espaço para as
actividades ocupacionais e terapêuticas, como a dramoterapia,
músicoterapia, artesanato, ginásio, fisioterapia, entre outras. A APADI
não tem mais apoio financeiro assegurado, mas está, ainda segundo o
presidente, “a bater às várias portas, junto das entidades que
disponibilizam financiamento europeu”. Garante, no entanto que o
projecto “vai ser concretizado, independentemente dos apoios”.
O
director regional da Segurança Social, Martinho do Nascimento, disse que
“não há apoios para a obra” do organismo estatal, que estará, no
entanto, “sempre em primeira linha naquilo que é a cooperação e
manutenção daquele espaço, no apoio à exploração, garantindo a
sustentabilidade da própria instituição”.
*É um exemplo, no entanto ele foi ou é arguido, não sabemos se houve julgamento, num processo por abuso de poder.
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