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Passos diz que às vezes "é necessário deixar cair alguma coisa do que se disse"
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, salientou esta sexta-feira
que, na vida política, muitas vezes é preciso cair deixar algo que se
disse para permitir que a prioridade do interesse nacional seja
salvaguardada.
"Basta que não fiquemos agarrados a
tudo o que dissemos, porque senhor deputado [Seguro] muitas vezes é
necessário deixar cair alguma coisa do que se disse para que o interesse
do país seja colocado em primeiro lugar. Esse esforço tem de ser feito
com dignidade e com verdadeiro espírito de compromisso", declarou Pedro
Passos Coelho.
Esta sugestão do líder do executivo sobre a necessidade de flexibilidade
na vida política foi feita ao secretário-geral do PS, António José
Seguro, a propósito do processo de diálogo proposto pelo Presidente da
República, Cavaco Silva, para um entendimento de médio prazo "de
salvação nacional".
No entanto, vários deputados socialistas e sociais-democratas disseram à
Lusa que entenderam que essa referência de Passos acabava por abranger o
caso da demissão do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros,
Paulo Portas, que considerara irrevogável a sua saída do executivo.
CDS-PP diz que compromisso não foi "dança de cadeiras"
Já o líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães, defendeu que os
partidos da maioria comprometeram-se numa "política sólida e
abrangente", que não se limitou a uma "dança de cadeiras".
As afirmações do presidente da bancada do CDS-PP provocaram gargalhadas
nas bancadas da oposição, mas Nuno Magalhães, na resposta, não incluiu o
PS nessa atitude. "A situação do país, pelos vistos, merece a risota
dos partidos mais à esquerda. Ficaram hoje os portugueses a saber e a
medir o sentido de responsabilidade da esquerda mais à esquerda",
afirmou.
Nuno Magalhães tinha começado por afirmar que "a maioria ultrapassou os
seus problemas, fê-lo com institucionalidade e celeridade, não se
entreteve em meras trocas de cadeiras mas, pelo contrário, procurou uma
solução política sólida".
"Procurámos, mais do que uma dança de cadeiras, uma solução política
sólida e abrangente que permitisse evoluir para um ciclo económico mais
acentuado e dinâmico e entregámos ao senhor Presidente da República uma
solução governativa", afirmou, depois de ter sido interrompido por
risos.
O presidente da bancada do CDS-PP sublinhou que os democratas-cristãos
"repetidamente" têm vindo a lembrar a importância do "diálogo político e
de uma cultura de compromisso", sobretudo nos "tempos excecionais"
atuais, quer "quanto ao maior partido da oposição, quer em sede de
concertação social".
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Passos: deixa-se caír alguma coisa do que se disse não pelo superior interesse do país mas porque a idoneidade está de rastos.
Magalhães: não, não foi a dança das cadeiras, foi a chula do poder.
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