HOJE NO
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Seguro.
PS rompe negociações e rejeita
acordo de salvação nacional
PSD, PS e CDS não alcançaram o compromisso de “salvação nacional”. Maioria enviou carta a Seguro a propor continuação do diálogo. Belém não fecha a porta a nenhum cenário
Foi
pela voz de António José Seguro que o país ficou a saber que as
negociações entre os três partidos do arco do poder deram em nada. PSD,
PS e CDS não conseguiram chegar ao compromisso de salvação nacional
pedido pelo Presidente da República, que volta a ter o problema nas
mãos. Em Belém todas as hipóteses estão em cima da mesa, desde eleições
antecipadas (já ou em 2014), aceitar a remodelação proposta pelo
primeiro-ministro ou manter o executivo como está.
Depois de
nove reuniões entre os representantes dos três partidos, o fim chegou,
porque, disse o líder dos socialistas, apesar de tudo ter feito “mesmo
assim o PSD e o CDS inviabilizaram um compromisso de salvação nacional”.
Para Seguro, ficou demonstrado que o país esta perante duas visões: a
da maioria que pretende “manter a direcção” e que “entendem que está
tudo bem” e a do PS que é a de “dar um novo rumo a Portugal” e que
“considera que os portugueses não aguentam mais sacrifícios e que esta
política não está a dar.”
A maioria não quer no entanto ficar
com o ónus da culpa perante o país e perante o Presidente da República. A
estratégia foi não reagir a viva voz ontem – o PSD colocou no site a
proposta que tinha levado à mesa de negociações e marcou para hoje uma
conferência de imprensa e o CDS marcou para hoje a comissão política. No
entanto, mais tarde, fonte do PSD contava que durante a tarde, os dois
partidos tinham enviado uma carta ao PS a propor a continuação do
diálogo, antes da declaração de Seguro. Uma carta onde elencavam vários
pontos onde poderia haver acordo e com uma calendarização para que a
conversa não ficasse por aqui.
Mas para Seguro o fim era
evidente. Na declaração que fez, lembrou que durante dois anos nunca foi
ouvido e por isso “não se justificava prolongar conversações por
conversações”. Em causa estavam sobretudo os cortes de 4,7 mil milhões
de euros, mas o líder do PS iniciou a sua declaração a lembrar que
defendeu um aumento do salário mínimo, que não houvesse despedimentos na
função pública e mais cortes nas pensões.
Os
sociais-democratas não deixaram de responder nos bastidores. Fonte do
partido disse ao i que “a comparação entre as propostas mostra quem
esteve com seriedade no processo”. Isto porque, diz a mesma fonte, as
propostas da maioria “foram detalhadas, com números” e para mostrar a
boa-fé à mesa foram chamados membros do governo a prestar
esclarecimentos. “O PS respondeu com chavões, slogans, com propostas
destituídas de sentido. O PS está ainda mais atrás do que quando se
iniciou o processo de negociações o que mostrou o espírito com que as
iniciaram”, acrescenta a mesma fonte.
E na proposta apresentada, o
PSD e o CDS queriam o apoio do PS ao Memorando, aos cortes de 4,7 mil
milhões, às medidas a apresentar no Orçamento do Estado para 2014 e às
substitutivas, caso as primeiras fossem chumbada pelo Tribunal
Constitucional. Mas chamavam o PS para as negociações com a troika, e
admitem a renegociação das metas do défice e da dívida.
Soluções
de Belém Tudo volta à estaca zero, em Belém. O Presidente,
recém-chegado de uma viagem às Selvagens de onde tinha acusado os
“inimigos do acordo” de o estarem a dificultar, manteve-se em (quase)
silêncio. A meio da tarde fez saber que tinha chamado os partidos para
“conhecer a avaliação que os respectivos partidos fazem do processo
negocial”. E mais não disse.
A decisão de partir para um
compromisso começou quando o Presidente não aceitou a remodelação
apresentada por Passos Coelho, na sequência da demissão de Paulo Portas.
Mas na sua declaração, Cavaco deixou em aberto outras possibilidades
“no quadro do nosso sistema jurídico-constitucional”. E acrescentou um
recado: “Se esse compromisso não for alcançado, os portugueses irão
tirar as suas ilações quanto aos agentes políticos que os governam ou
que aspiram a ser governo”.
* A presente crise foi aberta por um arrufo entre Paulo Portas e Passos Coelho e o Presidente da República quiz uma omolete sem ovos, é mau cozinheiro.
A birra vai custar ao país mais 60 milhões de euros em juros quando da última ida ao mercado. Alguém vai responsabilizar Portas e Coelho pelo prejuízo que causaram ao país.
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