HOJE NO
" PÚBLICO"
Quase 2800 crianças precisaram
de apoio social dos hospitais
D. Estefânia e São José
Centro Hospitalar Lisboa Central diz que número de casos relacionados com precariedade económica aumentaram 17% face a 2011.
Quase 2800 crianças precisaram, em 2012, do apoio dos serviços
sociais do Centro Hospitalar Lisboa Central, que inclui os hospitais D.
Estefânia e São José, a maioria por causa de dificuldades económicas.
Em resposta a um pedido da
agência Lusa, o Centro Hospitalar Lisboa Central (CHLC) revela que, “ao
longo dos anos 2011 e 2012, se verificaram muitos casos que necessitaram
da intervenção do serviço social”.
Em 2011, o CHCL contabilizou
2492 casos de crianças que precisaram de intervenção, número que aumenta
quase 12% em 2012, chegando aos 2789 casos. “Dentro destes valores
temos diagnósticos sociais (...) que se podem caracterizar como fruto da
crise económica que o país atravessa”, explica o CHLC.
No
diagnóstico que é feito, no âmbito de intervenções com doentes menores, o
CHLC verificou que 77% dos 2789 casos registados em 2012 tinham que ver
com precariedade económica, ou seja, 2149 casos, um aumento de 17% face
a 2011, quando verificaram 1834 situações.
Há também um aumento
das situações originadas por problemas relacionados com emprego ou
desemprego, como indica o CHLC. Os números mostram que, em 2012, houve
necessidade de intervenção junto de 1107 crianças, por causa dos
problemas de desemprego dos pais, mais 440 casos do que em 2011.
O
CHLC registou igualmente 386 casos relacionados com problemas relativos
ao sistema de protecção, 327 por causa de problemas relacionados com
habitação e outros 316 por causa de confirmação ou suspeita de maus
tratos.
À excepção dos dois primeiros, que registaram,
respectivamente, um aumento de 13,8% e 11,7%, os maus tratos sofreram
uma diminuição de 11,3% face a 2011, quando houve 449 casos de crianças
vítimas de maus tratos.
De acordo com os hospitais, os apoios
internos dados a estas crianças têm normalmente que ver com alimentação,
compra de medicação, transportes para garantir consultas ou
tratamentos, roupa ou brinquedos. O CHLC garante não ter verificado
qualquer episódio de abandono por parte dos pais, por não terem como
cuidar da criança.
Acrescenta que o serviço social só intervém em
casos seguidos clinicamente e que em todas as situações, “sempre que se
justifique, é dado encaminhamento para as estruturas locais da
Segurança Social ou da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa,
Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) ou serviços de
acção social escolar”.
* E ainda não batemos no fundo, estes números referem-se a dois hospitais do país.
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