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HOJE NO
" JORNAL DE NOTÍCIAS"
Comissão parlamentar tensa entre deputados da maioria e líder sindical
Os deputados do PSD e do CDS que integram a comissão parlamentar da
Administração Pública aproveitaram esta terça-feira a presença da
dirigente sindical Ana Avoila numa audição para criticar a sua
participação no último protesto nas galerias do Parlamento.
Jorge Paulo Oliveira, deputado do PSD, lançou o mote, quando
chegou a sua vez de intervir nos trabalhos acercas das leis relativas à
duração do período normal de trabalho e à requalificação dos
trabalhadores da função pública, destinados às audições dos sindicatos.
"Quero
repudiar a participação ativa da Frente Comum nessa ofensa ao
Parlamento", disse, num tom exaltado, enquanto mostrava uma foto do
protesto onde era visível a presença de Ana Avoila, coordenadora da
Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, entre os cidadãos
que participaram no protesto da semana passada nas galerias do
Parlamento.
"Aproveito para denunciar e revelar a nossa
perplexidade por a Frente Comum se fazer representar nesta sala por uma
pessoa que ofendeu a democracia, o Parlamento e os portugueses. Não
posso aceitar este tipo de comportamento", declarou Jorge Paulo
Oliveira.
Ana Avoila respondeu: "Nós não reconhecemos qualquer
legitimidade a este Governo, mas estamos aqui porque fomos convidados
para uma audição com deputados (e não com governantes). Por isso, acho
um desplante esse comentário, que mostra má educação".
O episódio
acabou por marcar a comissão, com Artur Rêgo, deputado do CDS, a
concordar com a posição assumida pelo seu congénere do PSD, e com os
partidos de esquerda a criticarem a intervenção de Jorge Paulo Oliveira.
Devido
ao incidente, Mariana Aiveca, deputada do Bloco de Esquerda, apresentou
mesmo um protesto formal ao presidente da comissão, o deputado
socialista Eduardo Cabrita.
"Mostrar uma foto é uma forma pidesca de condicionar uma delegação que veio à casa da democracia", exclamou.
Já Jorge Machado, do PCP, considerou o tom e o conteúdo das intervenções dos deputados do PSD e do CDS "ofensivo".
E foi mais longe: "É uma falta de respeito para quem foi convidado para esta casa".
Por
seu turno, a deputada do PS Isabel Santos, apesar de criticar o
protesto da semana passada, considerou que é preciso "considerar os
motivos que estiveram por trás daquela manifestação".
A deputada
sublinhou que "nada proíbe" Ana Avoila de entrar na Assembleia da
República, nem a entidade sindical de se fazer representar pela
dirigente.
"Não gostaria de voltar a ver aquilo que vi hoje aqui.
Não gostaria que nós, deputados, tomássemos aqui o lugar de outras
entidades, fazendo coisas que não nos compete fazer", rematou Isabel
Santos.
No dia 11 de julho, mais de uma centena de pessoas
exigiram a demissão do Governo nas galerias do Parlamento, durante um
debate que incluía as alterações na Função Pública, entre outras
propostas.
Depois de atirarem balões, cartões amarelos e vermelhos
sobre as bancadas parlamentares, os manifestantes gritaram "demissão
já" durante cerca de dez minutos, após o que foram retirados do
hemiciclo pela polícia.
Os manifestantes estiveram nas bancadas
desde o início dos trabalhos, pelas 15:00, e começaram a manifestar-se
após o fim da intervenção do secretário de Estado da Administração
Pública, Hélder Rosalino, e quando o secretário de Estado da Energia,
Artur Trindade, iniciava a sua intervenção.
Após a evacuação, a
presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, criticou o
protesto e admitiu mesmo rever as regras de acesso da população às
galerias.
* A Assembleia da República está transformada numa feira de vaidades, o texto acima só noticía pessoas a venderem o seu produto em detrimento dos interesses do país, não há razão para que não se possa "regatear" nas galerias.
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