16/07/2013

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HOJE NO
" JORNAL DE NEGÓCIOS"

Banco de Portugal prevê menos recessão neste ano e quase estagnação em 2014 devido aos cortes no Estado

Novas previsões antecipam um melhor comportamento das exportações mas também uma maior contracção da procura interna, sobretudo em 2014, em virtude das medidas de consolidação que deverão gerar uma queda “muito pronunciada” no consumo público, resultado de uma “forte diminuição” do número de funcionários públicos.
OS POLÍTICOS E BANQUEIROS À ESQUERDA E OS OUTROS À DIREITA
Pela primeira vez em longos meses, as novas previsões do Banco de Portugal para a evolução da actividade económica são menos negativas do que as anteriores e até menos sombrias do que as da troika e da OCDE. Mas isso é só verdade para 2013, com a instituição presidida por Carlos Costa a antecipar agora no seu Boletim de Verão que o PIB recue 2%, menos do que os -2,3% que eram previstos no Boletim de Primavera e pela troika, e menos do que a queda de 2,7% que a OCDE calculava ainda em Maio.

Por detrás deste novo número está uma evolução mais favorável das exportações, que deverão crescer 4,7% (mais do dobro do até agora esperado), o que compensa a ligeira revisão em baixa da procura interna, explicada por uma evolução mais negativa do investimento, que deverá cair 8,9%, em vez dos -7,1% inscritos no Boletim de Primavera.

Em contrapartida, a projecção para 2014 foi revista em baixa em 0,8 pontos percentuais, com o Banco de Portugal a esperar que, após três anos de recessão, se siga uma quase estagnação da economia portuguesa. A nova previsão aponta para um crescimento do PIB de 0,3%, em vez dos 1,1% que eram esperados ainda na Primavera, o que compara com uma previsão de 0,6% da troika e 0,2% da OCDE.

Porquê este corte? Ele traduz, “no essencial, o impacto da incorporação de medidas de consolidação orçamental entretanto conhecidas com maior detalhe”, explica o BdP, referindo-se ao Orçamento de Estado rectificativo e aos compromissos que decorrem dos relatórios da 7ª avaliação do Programa de Assistência Económica e Financeira. “Estas medidas dão origem a uma queda muito pronunciada no volume do consumo público em 2014, uma vez que o conjunto de medidas de corte da despesa implica uma forte diminuição do número de funcionários das administrações públicas”.

Adicionalmente, escreve o BdP, “está previsto um decréscimo da despesa dos ministérios sectoriais que deverá afectar em larga medida as aquisições de bens e serviços”. Destaque ainda para o “impacto negativo não despiciendo” sobre o deflator do consumo público em 2014 que deverá resultar da redução de salários nas administrações públicas.

O Banco de Portugal chama ainda a atenção para maior probabilidade de voltar a rever em baixa a taxa de crescimento do PIB para 2014 devido à “possibilidade das medidas orçamentais anunciadas induzirem uma maior contracção do consumo privado do que a projectada, como da eventualidade de uma evolução menos favorável das exportações”.

* Não duvidamos de previsões do BdP mas, são previsões. 
Somos um país com a "mania" obsessiva da produção, demagogia absoluta, porque não está identificado o que devemos produzir, a não ser baboseiras.
Portugal é o país do extremo da Europa, está longe dos centros de decisão e tudo o que produzir para exportar tem de contar com custo excessivo de transporte, há pequenos nichos de mercado que estão bem em termos concorrenciais porque produzem bens de muita qualidade.
Mais baboseiras se dizem sobre o investimento, quem ousa investir em Portugal com uma justiça de pechebeque e parlamentares pouco interessados em mudá-la porque esta lhes dá geito, quem traz dinheiro para este país se os encargos sociais correspondem a mais de 80% daquilo que produzimos.
A maioria dos empresários portugueses são senhores feudais, mesmo que minorcas, querem pagar mal e os sindicalistas lutam ferozmente por "direitos adquiridos" para eles, porque a globalização já destruíu o conceito, e, os sindicatos ainda não repararam.
Nós, os portugueses, pensamos que somos especiais mas só somos o "big brother" da pelintrice, as excepções são tão poucas que delas não vale a pena falar.

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