24/07/2013

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HOJE NO
 " PÚBLICO"

E se um biossensor portátil detectar certos cancros? É o que quer fazer cientista portuguesa

Projecto possível graças a um milhão de euros do Conselho Europeu de Investigação, atribuídos em 2012.

Uma investigadora portuguesa, Goreti Sales, apresentou esta terça-feira o laboratório científico e a equipa que vai tornar real um biossensor portátil para detectar certos tipos de cancro de forma “barata, indolor e rápida”.

O biossensor 3P’s – de Plastic-Antibodies, Plasmonics and Photovoltaic-Cells – usará anticorpos artificiais feitos de plástico como material sensor e terá a autonomia de operação de uma célula fotovoltaica, equipada com membranas plásmicas (ou celulares). A ideia é desenvolver novos materiais sensores para um reconhecimento selectivo de biomoléculas que actuam como biomarcadores, neste caso na área da saúde.

E que forma terá o aparelho? “Será uma espécie de caixinha em plástico ou vidro, relativamente pequena, e custará entre 6 e 10 euros”, adiantou Goreti Sales à agência Lusa. “Tem de ser um dispositivo barato para poder ser utilizado em grande escala e não apenas em hospitais ou laboratórios de análises específicos. Esperamos que alguém venha a interessar-se pela produção do 3P mas com esse objectivo.”

O aparelho representará um “novo conceito de diagnóstico” que permitirá a detecção “bastante precoce” do cancro do útero, cólon e rectal, explicou Goreti Sales, coordenadora da BioMark – Sensor Research, uma unidade de investigação do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP). Em 2012, o projecto recebeu um milhão de euros do Conselho Europeu de Investigação (ERC), o que permitiu montar uma estrutura física e captar os recursos humanos necessários para desenvolver o biossensor.

“O 3P’s representa um novo conceito de diagnóstico que vai permitir a um médico, em qualquer consultório, fazer uma análise rápida, indolor e baratinha, de forma a detectar os marcadores de certos tipos de cancros.”
A equipa que vai trabalhar com Goreti Sales consiste em duas alunas de pós-doutoramento vindas da Índia. “Não foi um caminho fácil. Em Portugal estamos condicionados a muita burocracia. Mas agora estamos no caminho certo e estou convencida de que, daqui a quatro anos e meio, vamos ter o 3P’s pronto a funcionar.”

 * Mais um exemplo de  Inteligência portuguesa a evidenciar-se em investigações de excepção. 
No entanto, o professor francês Jean Pierre Barral investigou, teorizou e pratica a avaliação térmica  para  detecção de lesões entre as quais cancros e conexão à componente emocional. Entre muitos, escreveu um livro "Manual de Avaliação Térmica" destinado a profissionais de saúde.

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