HOJE NO
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Responsável da OCDE alerta para risco de corrupção nas empresas devido a crise
O diretor de Assuntos Jurídicos da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico (OCDE) alertou hoje que a difícil situação
económica de Portugal e outros países europeus pode aumentar a
suscetibilidade das empresas à corrupção.
"A crise aumenta a
pressão nas empresas, nos governos, e isto numa altura em que,
particularmente na Europa, o objetivo passa pela criação de emprego,
emprego e mais emprego", afirmou à agência Lusa Nicola Bonucci, para
quem o combate ativo à corrupção ganha ainda mais importância no atual
contexto de crise económica.
De acordo com o responsável da
Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), a
"pressão de ter de criar e garantir postos de trabalho" pode levar a "um
aumento dos casos de corrupção em Portugal ou em qualquer outro país da
Europa", já que torna as empresas nacionais mais suscetíveis de
recorrerem a este tipo de práticas ilícitas.
O responsável da OCDE
falava à margem do encontro anual da região Europa-Ásia Central da
Transparency International, que até sexta-feira junta em Lisboa cerca de
150 ativistas e especialistas de 46 países que vão discutir o impacto
da corrupção na crise europeia e a importância do trabalho da sociedade
civil na resposta a este flagelo global.
Trata-se do "maior
encontro de organizações não-governamentais contra a corrupção alguma
vez realizado em Portugal", segundo refere em comunicado a TIAC -
Transparência e Integridade, Associação Cívica, representante portuguesa
da rede global anti-corrupção Transparency International e responsável
pela organização do encontro de Lisboa.
"O problema é que quando
se começa a subornar, e a experiencia assim o tem demonstrado, esse
fenómeno torna-se quase impossível de controlar", afirmou Nicola
Bonucci, a quem coube a abertura do painel" Responding to the Crisis: An
Opportunity for Transparency & Corporate Compliance".
É por
isso que o diretor de Assuntos Jurídicos da OCDE instou as empresas
portuguesas a resistirem a essa "tentação" e lembrou que apesar das
grandes dificuldades que possam enfentar, a "corrupção nunca é uma boa
decisão empresarial".
Nicola Bonucci salientou a importância de as
empresas portuguesas e europeias adotarem medidas de prevenção e
combate à corrupção de forma a abrir caminho a um ambiente empresarial
livre desse flagelo.
Para alcançar esses objetivo, o responsável
disse também ser fundamental reforçar os controlos e mecanismos de
transparência corporativa a nível mundial.
O presidente da TIAC,
Luís de Sousa, destacou, por sua vez, a importância da reunião que
decorre em Lisboa, especialmente numa altura em que a crise europeia tem
provocado, não só em Portugal como em toda a Europa, uma "perda
generalizada da confiança nos sistemas político e económico".
"A
aliança entre austeridade e corrupção é mortífera para a democracia",
apontou o responsável português, salientando que a resposta à crise tem
de ser feita "com transparência, integridade e responsabilização dos
agentes políticos e económicos".
* Portugal não corre "risco" nenhum de corrupção, a corrupção em Portugal é uma certeza, um modo de vida!
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