HOJE NO
" JORNAL DE NEGÓCIOS"
Uma rifa no ISCTE que já chegou
a Espanha e a Inglaterra
Miguel tinha 1.125 euros e já vai a caminho dos
2,8 milhões. Science4You, uma história de brinquedos científicos que até
cresce em Portugal
Miguel Martins | A Sience4You vendeu, em cerca de quatro anos, 350 mil brinquedos que valeram três milhões de euros.
Numa aula do ISCTE, o professor rifa 10 projectos para os alunos de
gestão darem corpo em parceria com os estudantes de Faculdade de
Ciências. Miguel Martins, com 20 anos à época, fica desolado. Sai-lhe um
kit de ciência. Um kit de ciência? É isso que muda o mundo (pensou)?
Não, não foi. Mas o que parecia um desastre, mudou a vida de Miguel. E o
papel que há oito anos tirou de um chapéu, ganhou um nome: Science4You
(S4Y). Uma empresa de brinquedos científicos. Tudo com 1.125 euros de
investimento inicial, mas que actualmente já tem dois escritórios, um em
Espanha e outro em Inglaterra. E exporta para mais oito destinos.
Comecemos por um grande passo em frente, para depois fazer um
"flashback". Actualmente, a S4Y quando quer crescer "estrategicamente
num mercado" recorre à internacionalização. "Aprendemos a partir de
2010, o ano mais importante da nossa empresa, que essa é a maneira mais
eficaz quando um país é importante para nós. É necessário ter uma
presença física. Sentimos isso em Espanha, em que no primeiro ano
vendemos pouco. Aumentámos muito as vendas desde que temos um
escritório", confidencia.
Nem tudo, nesta história, foi mágico como nos brinquedos: a ideia
chegou a estar parada depois de acabado o curso de Miguel. O jovem
ainda passou pela banca de investimento, até se lançar definitivamente
no, até agora, projecto da sua vida. No início foi "vários em um só" :
CEO, director comercial, director financeiro, e até fez o design das
embalagens dos primeiros brinquedos. "Não sei como se venderam, eram
horríveis", lembra entre risos, o empreendedor de 28 anos.
Há sete anos, a história escreveu-se com um "A" de arrojo, mas
Miguel acha que é fácil aos jovens fazer o "copy-paste" do seu trajecto.
"Demorei quatro meses a conseguir o dinheiro das capitais de
risco [49 mil euros]. Era um miúdo de 21 anos, sem experiência, nem
patente. Aliás, tinha quatro meses na banca, o que podia ter sido mau.
Até podiam pensar que como antes tinha sucedido, me podia fartar
rapidamente", recorda. "Isto não foi tão difícil. É preciso acreditar e
fazer", encoraja Miguel.
De toda a gama de brinquedos que a empresa actualmente dispõe, é a
réplica de uma torre eólica a mais emblemática. "Sem ela não estaríamos
aqui".
A facturação também tem sido sempre a aumentar, desde os 50 mil
euros no primeiro ano, em 2008, até aos 1,4 milhões de euros o ano
passado. Para 2013, nova meta: dobrar o valor e chegar aos 2,8 milhões. A
SY4 está a crescer onde menos parecia possível, dentro de portas.
"Mesmo em recessão, há sempre mercado", justifica Miguel Martins.
* Inteligência portuguesa uma vez mais.
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