HOJE NO
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Empresa acusada de escravatura no Luxemburgo recebeu 67 mil euros da UE
A empresa recebeu 67.822,86 euros de fundos comunitários até 2006
A
empresa portuguesa Açomonta, acusada de praticar "escravatura moderna"
no Luxemburgo, recebeu 67.822,86 euros de fundos comunitários até 2006,
informou o comissário europeu do Emprego em resposta a interpelações das
eurodeputadas socialistas Edite Estrela e Elisa Ferreira.
Num
comunicado hoje divulgado, a delegação portuguesa do grupo dos
socialistas e democratas no Parlamento Europeu refere que as duas
eurodeputadas interpelaram a Comissão Europeia sobre este caso, dando
seguimento às denúncias do sindicato luxemburguês OGB-L, que acusou a
Açomonta.
Em causa está a acusação, noticiada pela Lusa a 19 de
março, de que a empresa recruta trabalhadores portugueses por valores
entre 300 e 700 euros por mês em vez do salário legal de 2.400 euros
brutos, alguns a trabalhar "sete dias por semana" e "mais de dez horas
por dia".
O sindicato referiu também que estes trabalhadores não
estão a ser pagos pelas horas extraordinárias e que são alojados em
“condições desumanas”, em armazéns em França, na fronteira com o
Luxemburgo.
Contactado pela Lusa, a 19 de março, o diretor
comercial da Açomonta no Luxemburgo, Mounir Hnida, rejeitou as acusações
do sindicato.
A Lusa confirmou os relatos do sindicato junto de
trabalhadores e visitou instalações da Açomonta transformadas, “sem a
devida autorização” – segundo a polícia luxemburguesa -, em locais de
habitação.
Na sequência destas notícias, Edite Estrela interpelou a
Comissão sobre as medidas que o executivo comunitário pensa tomar para
melhor garantir a aplicação da Diretiva 96/71/CE relativa ao
destacamento de trabalhadores no âmbito de uma prestação de serviços,
enquanto Elisa Ferreira perguntou se a Açomonta recebeu apoios
comunitários, com que fins e que compromissos a empresa assumiu aquando
da concessão dessas ajudas.
Na resposta citada no comunicado, o
comissário do Emprego e dos Assuntos Sociais, László Andor, afirmou que o
acompanhamento e o cumprimento das condições de trabalho e da
remuneração efetiva são competências dos Estados-Membros.
Reconhecendo
que os projetos executados com o apoio do financiamento da UE devem
estar em conformidade com a legislação nacional e com a legislação da
UE, o comissário disse que a Comissão "não está em posição de avaliar os
factos".
Cabe às autoridades nacionais assegurar que a legislação é aplicada correta e eficazmente pelo empregador, afirmou László Andor.
O
comissário assinala ainda que, de acordo com as autoridades
portuguesas, a empresa Açomonta recebeu um financiamento do Fundo Social
Europeu no montante de 67.822,86 euros no período de programação
2000-2006.
"As operações selecionadas destinavam-se a reforçar o
potencial dos trabalhadores e, de acordo com as autoridades portuguesas,
cumpriram as regras da UE e as regras nacionais ao longo de todo o
período de execução", pode ler-se no mesmo comunicado.
Em abril,
também os eurodeputados comunistas Inês Zuber e João Ferreira
questionaram a Comissão Europeia sobre a “inadmissível situação de
exploração de trabalhadores” realizada pela empresa Açomonta.
* Esta empresa é bem conhecida pelas piores razões. Os malandros dos donos desta empresa tiveram há algum tempo, não muito, um sério problema na Covilhã, quando realizavam uma sub-empreitada para a PT, as instalações para os operários eram piores que estábulos.
Não percebemos porque esta empresa ainda está autorizada a laborar e os donos à solta.
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