HOJE NO
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Ex-deputado processa Assembleia para conseguir receber pensão vitalícia
O antigo deputado Vítor Baptista está a processar a Assembleia da
República por esta não lhe reconhecer o tempo suficiente de prestação de
serviço público em cargos políticos para poder receber uma subvenção
vitalícia. O socialista quer que o tempo como governador civil de
Coimbra lhe seja reconhecido, chegando assim ao mínimo de oito anos
necessário para aceder à subvenção. O caso está no Supremo Tribunal
Administrativo (STA).
Vítor Baptista entrou pela primeira vez na Assembleia da República em
1999. Em 2005, o primeiro governo socialista de José Sócrates acabou com
as subvenções vitalícias, mas com excepções - quem, à data da revogação
da lei já reunisse as condições para a pedir, manteve esse direito. Não
é o caso de Vítor Baptista, que contava então seis anos no parlamento.
Mas o caso muda de figura se for contabilizado o tempo que passou como
governador civil de Coimbra - quatro anos, entre 1995 e 1999. Baptista
contará assim dez anos, o que já lhe permitirá enquadrar-se na ressalva
estabelecida na lei, ganhando assim o direito à subvenção.
Não é este o entendimento do parlamento. A justificação da Assembleia,
segundo o advogado de Vítor Baptista, José Manuel Ferreira da Silva, é
que esse mandato apenas contaria se o socialista tivesse suspendido
funções como deputado para ir exercer o cargo de governador civil e não o
tivesse exercido antes de ir para o parlamento como deputado.
Vítor Baptista interpôs uma acção administrativa especial contra a
Assembleia da República no STA de modo a fazer com que o seu mandato
como governador civil conte para efeitos de exercício de funções
políticas, explicou ao i José Manuel Ferreira da Silva. A acção é
movida directamente contra a presidente da Assembleia da República,
Assunção Esteves, já que é a figura que representa legalmente a
instituição. Contactado pelo i, Vítor Baptista não quis fazer comentários, remetendo explicações para o seu advogado.
mais vale prevenir
A
subvenção vitalícia para os deputados foi instituída em 1985. Dez anos
depois, o tempo de serviço necessário para requerer este direito passou
de oito para 12 anos. Em 2005 Sócrates acabou com estas subvenções, mas
mantendo a já citada ressalva. De acordo com a edição de ontem do
“Jornal de Negócios”, desde 2012 14 deputados já pediram a atribuição
deste apoio.
Alguns mantêm-se em funções na Assembleia da República, mas
requereram já a subvenção, garantindo assim este direito para o futuro.
É o caso de Guilherme Silva (PSD), Jorge Lacão (PS), José Junqueiro
(PS), Maria de Belém (PS), Hugo Velosa (PSD), Fernando Serrasqueiro (PS)
e Correia de Jesus (PSD).
* PENSÂO VITALÍCIA, a pior maneira de ofender quem passa fome em Portugal.
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