HOJE NO
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Infarmed detecta exportação ilegal
de remédicos em falta nas
farmácias nacionais
O
Infarmed detetou a existência de exportação ilegal de medicamentos, que
estavam em falta nas farmácias portuguesas, revelou hoje à Lusa a
autoridade do medicamento.
No âmbito de ações inspetivas, o Infarmed
descobriu que alguns medicamentos se encontram rateados no mercado
nacional porque são canalizados diretamente por distribuidores por
grosso para exportação e que, em alguns casos, os distribuidores se
abastecem junto de farmácias, "o que configura um incumprimento
legal".
"Foram também detetadas situações de exportação ilegal junto de
distribuidores, ou seja, em determinado período não foram satisfeitos
pedidos de determinados medicamentos por farmácias, verificando-se, no
entanto, registo de movimentos de exportação desses mesmos medicamentos
nesse mesmo período", sublinha o Infarmed.Perante estas realidades, o
Infarmed agiu em conformidade, nomeadamente propondo uma alteração
legislativa que garanta o abastecimento do mercado nacional de
medicamentos essenciais que estão a ser alvo de exportação ou
distribuição para o mercado intracomunitário.
Esta solução prevê a
publicação e a manutenção de uma lista de medicamentos essenciais em
falta no mercado nacional e a obrigatoriedade dos distribuidores por
grosso procederem à notificação da exportação desses medicamentos.No
prazo máximo de três dias, tem que se decidir sobre a
imprescindibilidade dos medicamentos por razões de saúde pública,
proibindo-se a exportação daqueles que estejam em falta no mercado
nacional.
No contexto geral, o Infarmed revela que entre 2011 e 2013
foram realizadas 230 ações inspetivas às várias entidades envolvidas no
circuito do medicamento, devido às dificuldades de acesso a remédios,
por se encontrarem esgotados ou rateados.Especificamente sobre a
exportação ilegal, o Infarmed revela terem ido realizadas, entre 2011 e
2012, 76 ações inspetivas a farmácias e distribuidores, suspeitos de
exercício de exportação sem cumprimento das obrigações de abastecimento
do mercado nacional."Em 2013, a autoridade do medicamento já realizou
diversas diligências nas quais se incluem ações inspetivas",
acrescenta.No entanto, o Infarmed aponta para um decréscimo das
notificações de falhas de medicamentos, quer por parte das farmácias,
quer dos utentes.
"Verificou-se que as notificações realizadas pelas
farmácias, em concreto, decresceram, em média, cerca de 50% desde
fevereiro, bem como o número de farmácias que reportam falhas. O reporte
de indisponibilidade de medicamentos por parte dos utentes pelo canal
especifico para este fim decresceu igualmente".O Infarmed considera que
as ações por si desenvolvidas (sistemas de notificação, inspeções,
comunicação através dos media) poderão traduzir-se numa maior atenção
para este problema e um maior cuidado no abastecimento do mercado.
* Ganhar mais dinheiro tirando medicamentos aos portugueses é uma pulhice dos adeptos do empreendedorismo.
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