HOJE NO
"PÚBLICO"
Quase um terço dos condutores já transportou crianças sem cinto
Um estudo que é apresentado nesta segunda-feira pelo Automóvel Clube
de Portugal (ACP) indica que 30% dos condutores portugueses já
transportaram pontualmente crianças sem qualquer sistema de retenção, ou
seja, sem que estivessem sentadas numa cadeira apropriada. Um dado que,
só por si, afirma o presidente do ACP, Carlos Barbosa, justifica o
lançamento de uma campanha sobre a importância da segurança infantil
dentro do automóvel.
De acordo com a direcção de
comunicação do ACP, o estudo foi feito pela própria organização, com
base nas respostas a um inquérito online estruturado e realizado no mês
de Dezembro através da sua página na Internet, aberto a não-sócios.
De
entre os 1856 inquiridos cujas respostas foram validadas (e que, no
último ano, haviam transportado no seu carro uma ou mais crianças com
menos de 12 anos), 99,62% disseram utilizar uma cadeira devidamente
adaptada ao tamanho e ao peso da criança transportada. O problema são as
excepções.
Quando lhes foi perguntado se alguma vez nos 12 meses
anteriores, e "em que circunstâncias excepcionais ou de forma pontual",
haviam transportado uma criança sem qualquer sistema de retenção, só
70,71 % disseram que tal nunca acontecera.
Do total de inquiridos
(que podiam escolher mais do que uma das respostas disponíveis no
inquérito), 5,17% disseram tê-lo feito em mais de uma ocasião e por
diferentes motivos, 12,38% que tal acontecera apenas uma vez num
percurso curto e não-escolar e 9,05% apenas uma vez, também, mas a
caminho da escola.
Baseando-se em dados da Autoridade Nacional de
Segurança Rodoviária (ANSR), Carlos Barbosa frisou, em declarações ao
PÚBLICO, que "estes descuidos podem ser fatais". "Mais de metade
[60,70%] do total de crianças com menos de 15 anos vítimas de acidentes
rodoviários entre 2007 e 2011 [5748] viajavam dentro das localidades."
Destas, oito morreram e 114 sofreram ferimentos graves. Metade das
crianças do primeiro grupo e 22,80% das do segundo não usavam qualquer
sistema de retenção no momento do acidente, segundo é sublinhado no
relatório. No que respeita às crianças vítimas de acidentes fora das
localidades naqueles cinco anos (3724), 27,8% das 38 que morreram e
13,40% das 189 que ficaram gravemente feridas não dispunham, também,
daquela protecção.
Carlos Barbosa apontou como outros dos dados
preocupantes revelados pelo estudo o facto de 42% dos inquiridos
afirmarem que as crianças que transportaram já retiraram os braços do
sistema de cintos da cadeira ou do cinto do automóvel e o de 17% dizerem
que aquelas "desapertaram" mesmo os dispositivos de segurança.
Segundo
o ACP, que no relatório frisa que o estudo envolveu a Prevenção
Rodoviária Portuguesa e a Cybex, uma marca de cadeirinhas para
transporte de bebés e crianças, as três organizações vão disponibilizar
na Internet informações, imagens e vídeos sobre os cuidados a ter no
transporte de crianças, no âmbito da campanha que hoje é lançada,
também, nas redes sociais.
De entre outros conselhos, Carlos Barbosa sublinhou o cuidado a ter com a reutilização de cadeiras - prática assumida por 42,49% dos inquiridos e que, teme, "poderá tornar-se mais vulgar em contexto de crise". As três entidades aconselham que, caso queiram utilizar uma cadeira que já pertenceu a familiares ou a amigos, os condutores devem assegurar-se de que ela está em perfeitas condições e é compatível com o seu veículo e adequada ao peso e estatura da criança que vai ser transportada.
De entre outros conselhos, Carlos Barbosa sublinhou o cuidado a ter com a reutilização de cadeiras - prática assumida por 42,49% dos inquiridos e que, teme, "poderá tornar-se mais vulgar em contexto de crise". As três entidades aconselham que, caso queiram utilizar uma cadeira que já pertenceu a familiares ou a amigos, os condutores devem assegurar-se de que ela está em perfeitas condições e é compatível com o seu veículo e adequada ao peso e estatura da criança que vai ser transportada.
* Temos razões sobejas para dizer mal dos políticos mas afinal eles não passam de "tugas" como nós, até para a segurança dos filhos nos baldamos
.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário