HOJE NO
"RECORD"
Mário Santos defende prémio "por inteiro"
A
Federação Portuguesa de Canoagem (FPC) entende que "a lei é clara" e que
Emanuel Silva e Fernando Pimenta devem "receber cada um por inteiro" os
22.500 euros correspondentes à medalha de prata nos Jogos Londres'2012.
"No entender da FPC é claro que a canoagem é uma modalidade
individual. E se duvidas houvessem, esclarecidas foram no novo regime,
na nova lei, no qual foi definido por despacho em 2009 (n.º3203) as
modalidades desportivas coletivas e as individuais. A portaria n.º
211/98 define os prémios e é claro o valor (4.500 contos, no caso 22.500
euros) para as modalidades individuais", justifica Mário Santos.
O
presidente da FPC já pediu ao IPDJ "esclarecimentos" sobre a divisão do
prémio pelos atletas, uma situação que só entende possível "por
questões financeiras ou pelo desenvolvimento da canoagem que, à data,
não era considerada com potencial para conseguir estes resultados".
"O
que há a fazer é alterar a lei ou clarificá-la. Mas neste momento não
há duvidas de que a canoagem é modalidade individual e estes atletas têm
esse direito (22.500 euros cada um)", vincou, referindo-se ao êxito da
canoagem em K2 1.000.
O dirigente, que foi também Chefe de
Missão de Portugal em Londres'2012, manifestou a sua discórdia pela
interpretação do IPDJ, mas revelou-se convicto de que todos serão em
breve "esclarecidos". "Já foi requerido esse esclarecimento e com
certeza que, atento à boa relação existente entre as instituições,
encontraremos um entendimento comum. Caso assim não seja, defenderemos a
nossa forma de interpretar a lei que, repito, é clara", reforçou.
Mário
Santos disse que teve a oportunidade de falar com Emanuel Silva e que o
canoísta do Sporting se sente "frustrado", lembrando as "muitas horas
de dedicação, muitos sacrifícios diários durante anos".
"Infelizmente
a canoagem é um desporto que não tem grande retorno financeiro e é
normal que tenham expetativas que com uma medalha olímpica possam ver
recompensado em parte todo esse esforço que fazem diariamente anos e
anos para que num dia especial possam superar-se e dar uma alegria como
aquela que ambos deram a Portugal", frisou.
O dirigente teme
que esta "injustiça" possa acabar com o interesse dos canoístas em
integrar tripulações, uma das principais forças deste desporto, e que
têm sido pioneiras nos desempenhos de relevo que a canoagem tem
conseguido internacionalmente.
"O nosso relacionamento com o
IPDJ é cordial. Vamos ver a resposta e a última palavra cabe sempre aos
atletas. Todos estes prémios destinam-se aos atletas, treinadores e
clubes. A federação, como seu representante, está aqui para defender os
seus interesses de forma dialogante com um parceiro fundamental para o
desenvolvimento da modalidade e obtenção dos resultados que desejamos",
disse.
A concluir, Mário Santos espera que não sejam
alteradas "as expectativas de quem se dedica a 100 por cento ao
desporto, sem grandes benefícios económicos, mas com grande sacrifício
da vida profissional".
* Os atletas estão quase a ser vítimas duma sacanagem.
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