HOJE NO
"PÚBLICO"
Ministra da Educação da Alemanha demite-se após alegações de plágio
Anette Schavan recusou as acusações, mas acabou por se demitir. É uma perda para a chanceler Angela Merkel, de quem era próxima, a oito meses das eleições legislativas.
A ministra da Educação da Alemanha, que estava no centro de um novo escândalo de suspeito plágio numa tese, demitiu-se.
Merkel tinha afirmado que mantinha toda a confiança
na ministra, à semelhança do que fez com o antigo ministro da Defesa
Karl-Theodor zu Guttenberg, cujo caso, que resultou na retirada do
seu grau académico em 2011 pela Universidade de Bayreuth, levou à sua
demissão. Foi depois do "escândalo Guttenberg" que foi criada uma
plataforma online com o objectivo de analisar teses de membros do
Governo.
O apoio de Merkel a Guttenberg provocou, na altura,
polémica entre a comunidade científica alemã. Schavan foi, na altura,
muito crítica de Guttenberg, dizendo que o plágio tinha sido
"vergonhoso".
O caso de Schavan é diferente: diz respeito a uma
tese feita há muitos anos, e não era unânime na comunidade científica
que fosse de facto um caso de plágio. Mas a Universidade de Düsseldorf
analisou extensivamente a tese e decidiu retirar-lhe o doutoramento, obtido há 33 anos. Merkel disse manter a confiança na ministra; esta regressou de uma viagem oficial para se demitir.
Schavan
disse que iria recorrer da decisão, mas que se demitia para poupar "o
ministério, o Governo e a CDU", a uma pressão adicional. Merkel afirmou
que "foi com tristeza" que aceitou a demissão da ministra, uma figura
importante no partido.
* Apesar de andarmos de costas quase voltadas com a Alemanha, há que reconhecer que licenciaturas ou doutoramentos de embuste fazem rolar cabeças naquele país, ao contrário do nosso.
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